Pastor não é um ser divino, impassível, que não sofre. Ele não possui nem mesmo duas naturezas – uma divina e outra humana. Pastor também não é uma entidade autômata, uma espécie robótica desprovida de emoções e imune à dor. Pastor é um ser humano, em nada diferente de você.
Pastor também erra, peca, cai, decepciona, desaponta, frustra, fere, faz chorar, não rende o esperado, cansa, desiste de algo, procrastina, negligencia, se ausenta, desconversa, comete excessos, ignora, grita, esbraveja, não encontra o que dizer na hora da necessidade, adoece.
Pastor chora, lamenta, clama, espera, anseia, suspira, fica triste, magoado, decepcionado, preocupado, ansioso, deprimido, irado, animado, entusiasmado e desestimulado. A família do pastor – sua esposa e filhos – também adoece. Ele também precisa cuidar da sua própria família.
Dentre todos, talvez o pastor seja aquele que mais se sente incapaz, diante de tantos afazeres, tantas necessidades que precisam ser atendidas. Ele perde noites de sono preocupado com a igreja, com as pessoas. Ele está atento a perigos enquanto todos estão dormindo.
O pastor nunca estuda o suficiente, nunca visita o suficiente, nunca é bom o suficiente, nunca ora o suficiente, nunca . Não se trata apenas de outras pessoas o enxergarem assim. Trata-se de ele ter essa percepção a respeito de si mesmo. E isso aumenta o seu gemido.
Com tantas dificuldades, qual a utilidade em ser pastoreado por alguém assim? Que benefício podemos ter num pastor tão imperfeito? Se, ainda assim, ele for um verdadeiro pastor, ele sempre se esforçará por apontar para você o único perfeito Pastor das Ovelhas: Jesus Cristo.