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Os assim chamados “cristãos progressistas” se notabilizam, hoje, no Brasil, seguindo a Nova Esquerda, por entender que a classe que salvará o mundo será a dos “excluídos” e das minorias: mulheres, negros, homossexuais, índios, etc. E dão status de dogma a temas como união civil de pessoas do mesmo sexo, aborto, maioridade penal e todo tipo de estatismo. São adeptos devotos da igreja vermelha do politicamente correto, se veem como parte de um tipo de nova ordem religiosa, totalmente leais ao Partido e ao santo graal da Ideia. Todos aqueles que não concordam com eles são tratados, simplesmente, como “não-pessoas”.

E alguns de seus autores prediletos são Jürgen Moltmann, Hans Küng, Paul Tillich, Rob Bell, Brian McLaren, John Howard Yoder, Rosemary Radford Ruether, Leonardo Boff, Frei Betto, Gustavo Gutiérrez, Severino Croatto, entre outros.

Mas a defesa veemente desses temas são sinais de um mal maior. Até que ponto esses “cristãos progressistas” não têm reinterpretado profundamente a fé cristã, tornando-a em algo amorfo, totalmente distinto daquilo que se pode receber como revelação de Deus nas Escrituras Sagradas?

Parece que há, da parte desses “cristãos progressistas”, uma ruptura com “aquilo que foi crido em todo lugar, em todo tempo e por todos [os fiéis]” (Vicente de Lérins, Commonitorium II,3); isto é, esses “cristãos progressistas” se caracterizam não só por um afastamento, mas por uma rejeição de todo o ensino consensual entre os cristãos legítimos: a crença no Deus uno e trino; em sua revelação infalível e autoritativa nas Escrituras Sagradas; no pecado original e pessoal; na salvação exclusiva pela livre graça; no nascimento virginal de Cristo Jesus; em seu sacrifício sangrento na cruz, expiatório e substitutivo; em sua ressurreição corporal e em sua segunda vinda, única, visível e pessoal.

Havendo, de fato, tal cisão, perguntamos: como reconhecer esses ditos “progressistas” como cristãos? Até que ponto — uma vez que há um afastamento do ensino consensual cristão, como resumido nos antigos credos, aceitos por todos os ramos da fé cristã — não se deve considerá-los “cavalos de Tróia”? Pois estes têm por alvo subverter os alicerces mais básicos da fé e da ética cristã para que a Igreja seja controlada (Gleichschaltung), subordinando-a à agenda do Partido/Estado, com sua agenda inflexível e colossal.

Parece-me que, com a derrocada da esquerda na esfera pública, esses “cristãos progressistas” dobraram a aposta, sobretudo, na esfera eclesial, propagandeando com virulência militante suas crenças e valores. Quando confrontados, ao invés de tentar demonstrar que suas ideias são cristãs, partem para o ataque pessoal.

Porém, toda noção de cristianismo foi subvertida pelos “cristãos progressistas”, subordinados que estão a uma Ideia. Se isso é assim, estes não podem ser reconhecidos como cristãos, pois colocaram fé na Ideia, não na Revelação. Ao fazerem isto, tornaram-se gnósticos, e nunca é demais lembrar que gnosticismo não é cristianismo.

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregue um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja maldito. Conforme disse antes, digo outra vez agora: Se alguém vos pregar um evangelho diferente daquele que já recebestes, seja maldito.” (Gl 1.8-9)

“Depois de exortar a primeira e a segunda vez alguém que causa divisões, passa a evitá-lo. Sabes que tal indivíduo perverteu-se, vive pecando e já condenou a si mesmo.” (Tt 3.10-11)

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