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A Argentina, país de maioria católica, aprovou nesta madrugada a legalização do aborto. O senado aprovou a realização do aborto até a 14ª semana de gestação, com 38 votos a favor, 29 contra e uma abstenção. A sessão foi presidida por Cristina Kirchner, vice-presidente argentina.

Os grupos abortistas usam eufemismos como “saúde da mulher” ou “saúde sexual e reprodutiva” para abordar o tema da legalização do aborto de forma velada. Mas aqueles que defendem o aborto não estão preocupados com as vidas inocentes que estão sendo exterminadas num holocausto macabro, nem com a saúde física e psicológica das mulheres que abortam.

Como cristãos podem votar em partidos que defendem a pauta do aborto e da morte?

A Bíblia Sagrada ensina que a vida começa na concepção e deve ser respeitada. Também ensina que toda vida é valiosa para Deus, e intocável – pois somente Deus, o autor da vida, possui o direito de decidir quem vive e quem morre.

Como Tertuliano de Cartago explicou: “Em nosso caso, já que proibimos o homicídio em qualquer forma, não podemos destruir nem sequer ao menino na matriz… Impedir que nasça um menino é somente uma forma de matar. Não há diferença se mata a vida do que nasceu já, ou se mata a vida do que não nasceu ainda”.

João Calvino escreveu: “O feto, mesmo apegado ao ventre da mãe, é contudo um ser humano e é um crime monstruoso roubar-lhe a vida antes que ele possa usufruí-la. Se nos parece mais horrível matar um homem em sua própria casa do que no campo, porque a casa de um homem é o lugar de refúgio mais seguro, deve parecer-nos maior atrocidade destruir um feto no ventre, antes que ele seja dado à luz”.

E o mártir Dietrich Bonhoeffer: “O extermínio do fruto no ventre materno é atentado ao direito de vida conferido por Deus à vida em formação. A discussão da pergunta se aqui já se trata de um ser humano só leva confusão ao simples fato de que Deus, em todo caso, quis criar um ser humano aqui e que desse ser humano em formação se tirou a vida deliberadamente. Ora, isso outra coisa não é do que assassinato”.

E a Bíblia Sagrada também ensina a responsabilidade da igreja cristã diante da cultura da morte, um dos sinais de uma sociedade que está perecendo: “Na antiga Roma, muitos recém-nascidos foram adotados pelos cristãos e preservados por causa da sua fé em Cristo. O aborto desapareceu [….] [no Império Romano tardio], assim como o infanticídio e o abandono de bebês. Houve mesmo um apelo para que as crianças rejeitadas fossem trazidas à igreja. Foram fundados orfanatos e lares para acolher estas crianças. Tais práticas, embasadas numa visão valorativa em favor da vida, influenciaram a civilização ocidental no desenvolvimento de uma ética da vida humana que permanece até hoje” (D. James Kennedy & Jerry Newcombe).

Diante da cultura da morte que vai ganhando o Ocidente, oremos para que Deus tenha misericórdia de seu povo e o reavive; pois somente uma igreja verdadeiramente cristã pode reintroduzir marcos civilizatórios em nossa época, inclusive a celebração da vida.

(Foto: Ronaldo Schemidt / AFP)

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