Como cristãos devemos estar sempre preparados para dar uma defesa da esperança que está dentro de nós (1Pe. 3:15). A base dessa esperança é a nossa confiança de que a Bíblia é a Palavra de Deus. Ela é confiável e suficiente.
Por muitas vezes nossa confiança na Bíblia pode ficar ameaçada. Considere a tentação para duvidar da verdade da Palavra de Deus, quando você ou alguém próximo a você é diagnosticado com uma doença grave. Você fica tentado a duvidar da suficiência e da veracidade das promessas de Deus? Ou considere o momento de grande tentação para pecar. Como Eva, você está avaliando a maneira como o desejo pode trazer satisfação para você e atender a sua necessidade. Você pesa isso contra a Palavra de Deus. Em algum ponto você terá que lembrar-se da veracidade da Bíblia. Finalmente, considere uma conversa com um amigo incrédulo que está legitimando seu estilo de vida, porque a Bíblia não é verdadeira. Em cada um desses cenários, você precisará ter algumas verdades rápidas, simples e convincentes na manga.
Eu juntei estes cinco pontos como uma espécie de referência rápida sobre por que eu acredito na Bíblia. Eu tenho certeza que existe um acrônimo ou algo inteligente, mas eu nem pensei nisso.
1. O Argumento Bíblico
Com isto quero simplesmente dizer que a Bíblia afirma ser a Palavra de Deus. Esta afirmação não está apenas em uma passagem remota ou em um livro, mas por toda a Bíblia. Nós lemos em 2 Timóteo 3:16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. A fonte do texto, a Palavra é o próprio Deus. Não há hesitação neste fato de Gênesis a Apocalipse. O fato de a Bíblia afirmar ser a Palavra de Deus, e revelar-se assim ao longo da história, tem de estar na minha mente quando lido com minhas dúvidas ou as de um cético.
2. O Argumento Histórico
Aqui estou simplesmente dizendo que, em geral, as pessoas e os lugares da Bíblia aparecem na história. Quando lemos as descrições de tempos e de acontecimentos, muitas vezes, encontramos as mesmas coisas na história fora da Bíblia. Além disso, quando os arqueólogos escavam e descobrem artefatos antigos isso nos mostra, muitas vezes, que os eventos bíblicos que ainda não foram descobertos eram, de fato, verdadeiros. E, finalmente, a história dos acontecimentos de dentro da Bíblia, em termos de profecia, acontecem. Considere o cativeiro da Babilônia, o rei Ciro, e os detalhes relativos à vida de Cristo. É de dentro do cânone das Escrituras que isso se desenrola com consistência histórica.
3. O Argumento Empírico
Pessoalmente falando, tenho experimentado uma mudança fundamental. No dia em que fui convertido, saí da minha casa xingando Deus e depois voltei para casa louvando-O. Como isso acontece? Minha experiência me diz que este não é um livro comum. Eu já movido a ponto de chorar lendo outros livros, mas este livro realmente me lê, me destrói, e me reconstrói. Além do mais, eu tenho visto e experimentado a mesma coisa com outras pessoas. Esta mudança não se limita a gênero, etnia, geografia, ou mesmo tempo. Este livro clama mudar vidas e ele realmente o faz.
4. O Argumento Lógico
Há um tema único e coerente ao longo deste livro, que é a suprema glória de Deus. Se Deus fosse escrever um livro é assim que Ele o escreveria. Se o homem fosse escrever um livro não é assim que ele o escreveria. Este é o “anel da verdade”, como diria Lewis. O homem tenderia a diminuir os seus defeitos e a exagerar suas virtudes; a Bíblia parece fazer o oposto. Ela mantém a dignidade da humanidade, mas também mostra a sua fragilidade. É aqui que vemos a glória de Deus mostrada. Isso me leva a um outro aspecto deste argumento. Se você examinar todas as religiões do mundo a maioria vai concordar que há problemas e que eles existem para nos ajudar com este problema. O cristianismo bíblico, no entanto, é o único que realmente preserva um Deus que não pode transgredir. Qualquer outro plano de salvação tem um Deus que é dissuadido de sua justiça, a fim de mostrar amor. O homem e Deus se associam para alcançar a salvação. No entanto, com o Deus da Bíblia não é assim. Ele mantém e demonstra Sua justiça, enquanto manifesta Seu amor! Na cruz, Deus é o justo e o justificador (Rm. 3:26). Isso significa que Ele não pode transgredir. Pense nisso: a Bíblia afirma que todos os atributos de Deus estão intactos, sem sinuosidades, defeitos ou desvios! Portanto, sem a cruz (e fora da Bíblia) você tem um deus que transgride algo, a fim de trazer salvação. Isso me lembra da infinita sabedoria, do amor, da misericórdia e da graça de Deus, bem como de Sua autoria da Bíblia.
5. O Argumento Cristológico
Com este amarramos os pontos. Aqui está um resumo: já que Jesus ressuscitou dos mortos, Ele é Deus, portanto, Sua visão da Bíblia é a correta. Jesus acreditava que a Bíblia foi divinamente inspirada (Mt. 4:4; Mt. 22:31-32), tem autoridade (Lc. 4; Jo.10:34–36; 12:47-48); é poderosa (Mt. 5:17-18; Jo. 6:63, 17:17); e fala dEle (Lc. 24:25–27, 44–47; Jo. 5:46,47). Além disso, Ele acreditava que a Bíblia era historicamente precisa: “Nos Evangelhos, vemos Jesus fazer referência a Abel, Noé, Abraão, Sodoma e Gomorra, Isaque e Jacó, o maná no deserto, a serpente no deserto, Moisés como legislador, Davi e Salomão, a rainha de Sabá, Elias e Eliseu, a viúva de Sarepta, Naamã, Zacarias, e até mesmo Jonas, nunca questionando um único evento, um único milagre, ou uma única reivindicação histórica. Jesus claramente acreditava na historicidade da história bíblica.” (Kevin DeYoung, Levando Deus a Sério). Levar em conta a bibliologia de Jesus nunca é uma má idéia.
Conclusão
Em meio à tentação você vai ouvir palavras de dúvida novamente: “Será que Deus disse isso mesmo?” Precisamos estar prontos para amordaçar a serpente com a verdade. Continue a educar-se com o fato de que a Palavra de Deus é, realmente, a Palavra de Deus. Faça isso nos bons momentos e também nos momentos difíceis. Continue estudando e deliciando-se com esta verdade, para que você possa ser capaz de lidar adequadamente com as dúvidas tanto de dentro quanto de fora.