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“Não, obrigada. Não vou a lugar nenhum. Já ouviu falar de “honra teu pai e tua mãe”? É assim que você pensa que vai me honrar? Uma senhora idosa foi parar no hospital porque havia caído e quebrado o quadril e quando sua filha lhe disse que ela necessitava se mudar para um lar de idosos, ela disparou contra a filha.

Desde 2011, a cada dia, 10.000 pessoas da geração Baby Boom completam 65 anos. De acordo com as projeções de população do Pew Research Center, em 2030, 18% da população terá mais de 65 anos. Cuidar desta crescente população idosa é um desafio.

Nos últimos seis anos, 43 milhões de pessoas cuidaram de idosos e para elas, este desafio é uma luta diária. Muitos cuidam de mais de uma pessoa, ao mesmo tempo em que criam a família e trabalham fora.

Além do desgaste físico e emocional do cuidador, o relacionamento com parentes idosos geralmente inclui níveis de fissuras. Muitas pessoas tem de lidar com distanciamento familiar e problemas de saúde mental ao mesmo tempo em que organizam refeições e vão comprar remédios na farmácia. Cuidar continuamente de um familiar idoso pode nos parecer como uma catástrofe ou como um campo missionário, ou ambos.

Além desses fatores de estresse típicos, o que acontece quando a mamãe ou o papai não aceitam a ajuda que oferecemos? É necessário jogo de cintura e um coração grande para cuidar de uma pessoa amada e briguenta. Aqui estão 10 sugestões.

1. Utilize uma pitada de prevenção

Muitas vezes, conversas sobre casas para idosos, abrir mão de dirigir ou das contas bancárias acontecem no hospital, após uma queda séria ou uma doença grave que força a discussão. Crises médicas como estas só tornam as coisas mais difíceis. Em vez disso, converse sobre a sua preocupação com o bem-estar dos seus pais antecipadamente, antes de qualquer sinal de demência ou fragilidade aparecer e antes que uma internação complique uma tarefa que já é assustadora.

2. Faça perguntas.

Dar um ultimato aos seus pais provavelmente está fadado ao fracasso. Em vez disso, quando possível, inclua-os no processo de decisão. Não presuma que você conhece seus medos e preocupações — pergunte e aprenda antes de compartilhar os seus. Você pode começar com uma pergunta simples e aberta tal como “Como posso orar por você?”.

3. Não presuma que é demência.

Talvez você seja tentado a rejeitar a opinião dos seus pais ou suas preferências por eles serem idosos, mas não presuma que a sua mãe tem doença de Alzheimer só porque ela discorda de você em relação aos cuidados com ela. Tenha em mente que as duas perspectivas podem ser tendenciosas: tanto a sua quanto a dela. “O que começa o pleito parece justo, até que vem o outro e o examina” (Pv. 18.17). Quando não for questão de saúde ou bem-estar, seus pais têm o direito de se opor às suas sugestões.

4. Busque uma avaliação médica.

Uma mudança repentina no comportamento dos seus pais não é necessariamente devida a demência, mais ainda assim pode ter uma causa médica inerente. Vale a pena marcar uma consulta com um médico. Doenças como infecções nos rins ou reações adversas a medicamentos podem prejudicar a perspicácia de uma pessoa idosa, criando confusão ou agitação. O bom é que quando esses problemas são resolvidos, a capacidade mental geralmente melhora.

5. Peça conselho de fora, desde o começo.

Se você precisar intervir para proteger a segurança dos seus pais, tente reunir vários membros da família para ajudar. Algumas vezes, depois de esgotar todas as possibilidades, talvez seja necessário entrar em contato com um advogado especialista em leis para idosos para obter tutela. Especialistas em idosos como médicos, enfermeiros, gestores de mudanças de idosos ou gestores de cuidados geriátricos, bem como a equipe pastoral, podem ser uma dádiva de Deus para saber o que fazer nessa situação complicada. “Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito” (Pv. 15.22).

6. Demonstre empatia.

“Uma das coisas mais difíceis que já fiz foi entregar a chave do carro para o meu filho”, um senhor me falou. “Não creio que ele tenha ideia do que eu perdi naquele momento.” A maioria dos idosos lamenta mais de uma perda ao mesmo tempo: a perda de um cônjuge, da saúde, da independência, de bens materiais queridos ou do lar. Ao expressar suas preocupações e pedir que eles aceitem mudanças, é necessário dar tempo e espaço para que se lamentem.

7. Seja paciente.

“No começo, meu pai resistiu muito que eu cuidasse dos seus extratos bancários. Levou um tempo para ele abrir mão”, um amigo me contou. A maioria de nós, inclusive os idosos, necessita de tempo para refletir sobre decisões financeiras. Pode ser que também necessitem de mais tempo para organizar e reduzir o tanto de coisas que possuem. Não espere chegar para um fim de semana e sair de lá com um caminhão de coisas para doar aos pobres. Tente lidar com um armário a cada visita.

8. Tenha a expectativa de que Deus vai agir.

Embora pais idosos difíceis possam trazer estresse e drama familiar, Deus com certeza usará estas forças para o bem (Rm. 8.28). Já observei irmãos que estavam distanciados se reconciliarem ao cuidar de seus pais. Ouvi um idoso falar do evangelho para seus filhos adultos quando uma doença terminal forçou uma discussão sobre cuidados paliativos. Embora nunca vejamos ou entendamos totalmente o que Deus está fazendo neste momento, podemos confiar nossos seres queridos a um Pai fiel.

9. Envolva a igreja.

Informe sua igreja local ou a igreja dos seus pais sobre sua situação. O corpo de Cristo pode trazer alívio e encorajamento necessários a famílias esgotadas. Como Jamie Dean explicou em um artigo recente, a igreja local pode alcançar cuidadores e seus familiares de várias maneiras.

10. Apegue-se ao evangelho.

O envelhecer não apaga a disfunção, na verdade frequentemente a aumenta. Ao confrontar a perda da própria independência, idosos podem descontar nas únicas pessoas com as quais eles se sentem seguros para expressar sua ira: seus filhos. Filhos adultos esgotados podem se sentir numa situação impossível.

Mas cuidar de idosos também nos faz valorizar mais a obra consumada de Cristo, que morreu por pecadores muito antes de nós desejarmos receber o seu amor (Rm. 5.7-8). Ninguém tem a habilidade natural de dar esse tipo de amor sacrificial. Cuidar de idosos portanto, torna-se uma oportunidade de depender de nosso suficiente Salvador. Apegue-se a ele.

Traduzido por Mariana Ciocca Alves Passos

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