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Como Diferenciar Entre Compartilhar Informações Úteis e Fofocar no Escritório?

A nova coluna “Thorns & Thistles” [Espinhos e Abrolhos] da Coalizão pelo Evangelho busca aplicar sabedoria, com conselhos práticos sobre fé, trabalho e economia.

Sou uma pessoa amigável que trabalha em um emprego no qual necessito agir amigavelmente. Isto é uma dádiva maravilhosa de Deus. No entanto, a tentação para mim—enquanto passo meus dias conectando muitas pessoas diferentes—é de me envolver em fofocas. Às vezes, eu realmente não tenho certeza se estou compartilhando informações necessárias ou se estou sendo indigno de confiança com as confidências que recebi. (Isto é especialmente difícil quando alguém me diz algo que me parece confidencial, mas não me pede explicitamente para não compartilhar.) Como posso ser amigável e aberto e, ao mesmo tempo, um ouvinte confiável? E como posso saber quando cruzei a linha entre o compartilhamento legítimo de informações e a fofoca?

A primeira coisa que eu diria é que é saudável que você reconheça sua propensão e tentação para fofocar. Você certamente não está sozinho nesta tentação, especialmente se é uma pessoa amigável com pessoas amigáveis ao seu redor. Louve a Deus por iluminar sua possível culpabilidade em um comportamento que pode ser perigoso e prejudicial.

Fofocar é desconstruir. Por natureza, destrói a pessoa sobre quem se está conversando. Às vezes é flagrante, tal como quando um grupo de funcionários de escritório se ri do colega irritante ou do chefe sem noção. Outras vezes — e isto é mais sinistro — as fofocas são furtivas, tal como quando uma pessoa identifica uma preocupação em relação a uma outra pessoa para que possa trazer à tona suas falhas.

A fofoca no trabalho é especialmente tentadora, já que nossas mentes equiparam o rebaixar de outros a nos elevar a nós mesmos — e tal elevação parece que poderia desencadear maior status e boa vontade, e talvez até mesmo uma promoção ou aumento.

Então, o que fazemos sobre isto? Em Efésios 4.15-16, Paulo escreveu o seguinte:

Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.

Dois imperativos destes versículos se aplicam às fofocas de escritório:

1. Fale a verdade.

Diga apenas o que for verdade. Isto pode parecer óbvio, mas em nossa carne estamos propensos a alterar a verdade para a auto-glorificação ou para agradar as pessoas — em outras palavras, edificando nossos pequenos reinos.

Às vezes, somos tentados a compartilhar desnecessariamente algumas verdades — conversas que tivemos, fracassos que observamos ou motivos suspeitos. Só porque algo é verdade não significa que necessitamos comentar sobre aquilo, pelo menos não de forma ampla. Às vezes, pode ser que possamos encobrir em amor, a falha de um colega, nunca mais falando sobre aquilo. Outras vezes, pode ser necessário levar aquilo ao chefe; mas mesmo nestes casos, ainda há outras pessoas que não precisam saber daquilo.

Também podemos enfrentar problemas quando compartilhamos a verdade incompletamente. Se pudermos fornecer um contexto maior, que possa dar uma melhor compreensão a uma situação ou ajudar as pessoas a melhor aceitarem-se umas às outras — e podemos fazê-lo com permissão—, devemos considerar fazê-lo. Um escritório onde não se contam histórias ou não se compartilha nada seria solitário e desagregante; de muitas maneiras, compartilhar informações abertamente entre si promove um sentido comunitário.

2. Fale em amor.

Novamente, só porque algo é verdade não significa que você deva dizê-lo. Certamente há ocasiões quando uma repreensão rígida é necessária ou quando é necessário dar nome aos bois, mas o motivo subjacente necessita ser o amor.

Antes de transmitir informações sobre alguém considere honestamente sua própria motivação e o resultado potencial de seu compartilhamento. Será que isto resultará em maior compreensão e empatia entre as pessoas ou será que as separará desnecessariamente? Se a história for engraçada, resultará em risadas compartilhadas ou apenas em vergonha? Se você estiver preocupado com alguém, compartilhar a situação deles permitirá que alguém os ajude ou simplesmente espalhará o conhecimento de seus conflitos?

Finalmente, se alguém lhe disser algo que deve ser confidencial, mesmo que não tenha solicitado isto especificamente, proteja sua dignidade mantendo sigilo. Em caso de dúvida, a Regra de Ouro pode ser o seu guia: você gostaria que alguém compartilhasse aquilo se a história fosse sobre você?

Pela maneira como formulou sua pergunta sinto que você ama as pessoas com quem trabalha e que se importa com elas o suficiente para considerar como usa seu dom de conversa e sociabilidade.

Sabemos que, por ainda termos pecado em nossos corações, seremos tentados a derrubar os outros para que possamos permanecer mais elevados. Isto é especialmente verdade no trabalho quando pensamos que parecer mais elevados poderá resultar em maior respeito ou mais dinheiro. Portanto, necessitamos ficar vigilantes conosco e guardar nossas palavras. Não apenas isto, mas necessitamos ficar vigilantes quanto aos nossos motivos naquilo que dizemos e aprovamos.

Felizmente, temos o dom do Espírito em nós. Podemos reconhecê-lo porque ele ilumina a glória de Cristo, edificando seu corpo em unidade e santidade. Podemos confiar nele porque o Espírito jamais derruba, zomba ou diminui.

Por fim, lembre-se de que, o que quer que seja que você venha a saber sobre os outros, pode levar tudo isto a Deus. Orar por aqueles com quem você trabalha é uma maneira maravilhosa de usar as informações que eles lhe fornecem.

Traduzido por Marq.

 

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