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Noé distinguido por Deus como o ‘melhor’ homem de sua geração, patriarca na reconstrução da raça humana, líder do recomeço.

Pois é, em um dia de excessos, esse gigante claudicou e, embriagado, caiu e adormeceu despido no chão da sala. Um de seus filhos viu nisso uma oportunidade de tornar pública a vergonha de seu pai e deu publicidade sem descontos ao infeliz momento do “pregoeiro da justiça”.

Enquanto dois dos filhos providenciaram cobrir a nudez do pai avançado em dias, um outro filho expunha ao desprezo um homem a quem a Deus aprouve abençoar!

Cam, patrono dos maus marketeiros, foi amaldiçoado por jogar com a honra da família. A benção não permaneceu sobre ele e, ao que parece, seus descendentes se desgarraram para outras terras.

Nós, pecadores com religião, ainda capitulamos à tentação de fazer capital diminuindo a honra alheia. Às vezes nosso prazer rasteja na lama podre da vulgar difamação, outras vezes se esconde na militância “justificável” das boas causas. Mas, sempre que construímos ativos às custas dos erros de nossos irmãos, é contra a família da fé que pecamos. É a Deus que insultamos. É ao senhorio de Cristo que desprezamos!

Por outro lado, no cenário de um mundo com marcas de juízo recente por todos os lados, Sem e Jafé pintaram numa tela tosca imagens de uma grandeza moral que se eterniza pictoricamente na imaginação do povo de Deus. Com passos cautelosos e gestos de caridoso silêncio, cobriram a nudez de seu pai.

Filhos de Deus, não podemos degustar, com ousado prazer, os momentos de ruína daqueles que tropeçam em seus vexames. Todos nós fomos um dia achados na mais vergonhosa nudez, despidos de qualquer grandeza. Éramos cadáveres moralmente fétidos, nus ou mal cobertos com os andrajos da vergonha. Mas Aquele que estava no direito de nos expor, nos cobriu com belas vestes de justiça e, vestindo-se de nossas vergonhas, subiu ao palco mais exposto da história, o infamante monte do calvário, não para expor nossa miserável nudez, mas para nos guardar debaixo de suas asas e nos “esconder” da ira vindoura.

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