De tempos em tempos, o mundo se depara com notícias de tragédias provocadas pelo extremismo islâmico. Mesmo antes do fatídico e marcante 11 de Setembro de 2001, em que as Torres Gêmeas de Nova York foram destruídas por suicidas que sequestraram aviões comerciais arremessando-os contra os prédios do World Trade Center, já era comuns ouvirmos sobre atentados com homens-bombas, carros explosivos, ou outros meios de provocar mortes em massa.
Em 2023 o mundo ficou chocado com o ataque da organização terrorista Hamas às vilas e cidades no sul de Israel, junto à fronteira da faixa de Gaza. O terror ali praticado foi sem precedentes, deixando muitos feridos e mais de mil pessoas assassinadas da forma mais brutal possível, inclusive idosos, mulheres grávidas, bebês e crianças. Muitos dos que foram raptados encontram-se ainda presos pelos terroristas em Gaza, para onde foram levados. Foi o pior ataque ao povo judeu desde o Holocausto
Essas táticas de terrorismo fazem parte da jihad, a chamada guerra santa dos muçulmanos. Mesmo que adeptos ou estudiosos do Islã entendam que a prática da violência e guerra armada seja uma interpretação extremista por parte de uma minoria muçulmana, os fatos não nos deixam negar que se trata de um problema real.
O Islã não é apenas uma religião no sentido que nós do Ocidente compreendemos, mas é também uma ideologia de poder político, em que seu objetivo é tornar todos Estados em uma teocracia após a conquista ou tomada de um povo ou de uma nação, instaurando, assim, a sharia. A sharia é a lei islâmica que abrange não só os aspectos de fé, mas também as leis civis e penais, regulando cada detalhe da vida dos cidadãos.
A maioria de nós é familiarizado ou, ao menos, já ouviu falar desses termos mencionados: jihad e sharia. Contudo, poucos tem ciência do que significa Dawa.
Assim com o Cristianismo e o Judaísmo, o Islã é uma religião proselitista, como qualquer outra. Isso significa que é uma religião missionária, que se organiza para trazer outras pessoas a se juntarem à sua fé. Semelhantemente ao Cristianismo, é também exclusivista na doutrina de salvação. Dawa é, então, a missão Islâmica, na qual os não muçulmanos são chamados ou convidados a aceitar o Islã como a religião verdadeira e final. Em termos de comparação, pode-se dizer que Dawaé a grande comissão dos muçulmanos.
O objetivo derradeiro da Dawa é tornar o mundo islamizado. Por isso, além da missão de converter através do proselitismo (convencimento pela pregação e ensino), o Islã também usa outras estratégias pacíficas e sutis, tais como imigração e influência na cultura, na economia e na política. Na Inglaterra, por exemplo, o prefeito da capital Londres é muçulmano, e há locais dominados pelo Islã que já funcionam como um Estado paralelo, nos quais os cidadãos podem escolher ser julgados pela lei inglesa ou pelos “Conselhos da sharia”. Já existem mais de 30 desses conselhos na Inglaterra.
O objetivo do Islã é converter sociedades inteiras e suas estruturas a fim de criar Estados islâmicos. Eles pretendem que depois que os estados de maioria não muçulmana forem convertidos ao Islã, serão integrados à Umma global, que é comunidade de todos os muçulmanos do mundo. Importante esclarecer que a ideia de Umma não é equivalente ao conceito cristão de Igreja invísivel (católica ou universal). Umma diz respeito ao domínio do Islã que deve abranger todas as terras e tornar todos os homens parte de uma comunidade global e física debaixo de governos teocráticos e sociedades regulados pela sharia.
Jesus disse a pilatos: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (João 18.36). A doutrina de Igreja invisível abrange os crentes em Cristo de todos os tempos, lugares e nações – e nada tem a ver com o domínio politico físico intrínseco à Umma islâmica.
Patrick Sookhdeo, ex-muçulmano e fundador organização internacional Barnabas Aid, que ajuda Cristãos recém-convertidos em contexto de maioria islâmica, assim afirma:
“Nas últimas décadas, os Islamitas redescobriram o princípio islâmico da Dawa. Agências missionárias Islâmicas estão energeticamente engajadas em um esforço para converter indivíduos ao Islã usando literatura, TV e todo tipo de mídia e método. Os Islamistas também estão conduzindo um grande projeto para islamizar a sociedade e a cultura, incluindo a conversão de instituições e estruturas estatais para conformá-las à sharia. Por meio de estratégias bem financiadas, imaginativas, ousadas e de longo prazo, eles já estão obtendo sucesso.” (Dawa: The Islamic Strategy for Reshaping the Modern World. Sookhdeo, Patrick. Isaac Publishing, McLean, Virginia, 2014).
Recentemente no Brasil, duas pessoas foram presas por suspeita de planejar ataques terroristas, e que teriam sido contratados pelo Hezbollah para ações contra a comunidade judaica. Esse tipo de notícia gera preocupação e tem muita repercussão. Porém, a verdade é que há tempo os grupos islâmicos estão em atividade avançada em nosso país e na América Latina.
Muitos muçulmanos estão imigrando para as fronteiras sul do Brasil, desde Chuí/RS até Foz do Iguaçu/PR. Em certas localidades, eles são os donos de negócios e imóveis, tornando-se patrões de muitos cidadãos brasileiros, e em alguns municípios há relatos da dificuldade de se conseguir alugar uma casa que não pertença a um muçulmano. Em Londrina, está sendo aberta uma escola islâmica em que serão oferecidas bolsas de estudos para as famílias locais interessadas. A região de Foz do Iguaçu, por sua vez, hoje possui a maior comunidade muçulmana da América Latina. Esse é o processo, sutil e gradual, que diz respeito à missão da Dawa e que não chama tanta atenção como os ataques midiáticos e violentos típicos da jihad.
A Igreja no Brasil deve estar atenta ao que está acontecendo no que concerne ao crescimento islâmico. Conquanto a aplicação extremista da jihad nos gera preocupação, é o avanço do Islã por meio da Dawa que deveríamos compreender e acompanhar. Como Cristãos, em primeiro lugar, devemos orar para que Deus venha a guardar nosso país dessa falsa doutrina que nega a divindade de Cristo, rejeita a Trindade e tem a intenção de impor um novo estilo de vida juntamente com um governo teocrático e uma sociedade regulada pela sharia. Por fim, ao nos deparamos com muçulmanos em nossas cidades, lembremos que também são pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus, e que necessitam conhecer o evangelho de Cristo, o único que traz verdadeira salvação e libertação.
A melhor arma dos Cristãos em face do avanço islâmico é a grande comissão de Cristo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”; sempre confiando em Sua promessa: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.