Essa entrevista há três anos e meio atrás, foi o primeiro evento público desse tipo que eu participei, e várias das minhas respostas não foram nada habilidosas. Uma em particular, sobre a existência de algum meio de salvação fora da fé em Cristo, foi enganosa e inútil.
Ocasionalmente, quando as pessoas têm dificuldade com algo que a Bíblia diz, às vezes recorro ao princípio de Deuteronômio 29.29: “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.” A ideia de que Deus não nos diz tudo o que há pra saber, e que se ele não o faz, não necessitamos saber, é útil em vários momentos da vida. É útil quando as pessoas estão em conflito com doutrinas difíceis, tais como a Trindade, ou como Deus pode ser soberano e ainda assim os seres humanos serem responsáveis por suas decisões, ou sobre o porquê Deus permite que o sofrimento continue. Nesses momentos, é útil dizer: “Há mais verdades além das que Deus nos contou, e talvez quando chegarmos no céu, ele nos mostrará. Isso pode lançar uma nova luz sobre coisas que achamos difíceis. Até então, vivemos com o que nos foi dito. Isso é tudo do que necessitamos”.
No entanto, o que eu fiz naquela noite foi exteriorizar o princípio de Deuteronômio 29.29 (embora não citando o texto) quando senti que as pessoas estavam em conflito com o ensino de que todos estão perdidos se não crerem em Cristo. Eu disse: “Isto é o que a Bíblia diz, mas nós não sabemos tudo o que há pra saber sobre isso”. Quase que imediatamente, senti que tinha feito algo errado. E depois toda a minha equipe, incluindo minha esposa, disse o mesmo. Ao dizer: “Talvez haja mais coisas além do que vemos agora, mas isso é tudo o que nos foi dito”, eu estava dando às pessoas a impressão de que pensava que talvez exista outro caminho para a salvação.
Espero que isso esclareça as coisas a todos que ficaram preocupados com razão. Alguns comentadores disseram que eu deveria corrigir e rejeitar o que havia dito. Mas eles pressupõem que não fiz isso, quando na verdade eu o fiz, imediatamente, há vários anos.
Admiti meu erro e não respondi daquela forma confusa de novo. Só pra constar, eu não sabia que a entrevista estava sendo gravada. Quando aparece na internet, é um lembrete de humildade de que eu não sempre faço as coisas de maneira correta. No entanto, eu estava em uma semana de estudos quando Justin Taylor postou a entrevista no nosso site do TGC, e eu a deveria ter visto antes e ter dito a ele que minha resposta naquele momento foi um erro e na verdade não representava meus ensinamentos sobre este assunto ao longo dos anos.
Traduzido por Ana Heloysa Araújo.