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Um hindu e um cristão entraram em nossa casa. Isso não é o começo de uma piada, mas novos amigos – alunos da Índia que hoje vivem nas proximidades. Nós os convidamos para jantar. Comemos biryani de frango juntos e trocamos histórias de família, de viagens, e de curry tão quente que não se podia respirar.

Nós também oramos. Oramos antes da refeição, agradecendo ao Senhor, o qual nos dá o pão de cada dia, e oramos durante o culto doméstico que sempre celebramos após as refeições. Os convidados estiveram em nossa casa por apenas algumas horas, mas se foram sabendo de nosso amor por eles, e, mais importante, de nosso amor por nosso Senhor.

Embora muitos de nós oremos regularmente com nossos cônjuges e filhos, às vezes, renunciamos a essa prática quando temos convidados em casa. Se fizermos isto, perderemos uma oportunidade valiosa. Seja acolhendo amigos para o café ou hospedando-os por um fim de semana, nossas orações juntos refrigeram os corações dos santos e são um testemunho para os não convertidos.

O Orar Junto como Hospitalidade

Quando nossos hóspedes são cristãos, orar juntos deveria ser um elemento da hospitalidade que Deus nos ordena repetidamente que ofereçamos (Rm 12.13; Hb 13.2; 1Pe 4.9). Como o ministro e teólogo do século XIX, J. W. Alexander, escreveu:

“Talvez estejamos prontos o suficiente para dar as boas vindas a nossos hóspedes, para lhes providenciar alojamento e refrigério, para lhes mostrar as maravilhas de nossos ambientes, e para convidar amigos para entretê-los; mas além disso, temos uma dívida para com suas almas”.

Com nossos convidados crentes, orar juntos supre um lar longe de casa. Não podem orar com suas próprias famílias, por isso, os convidamos a orar com a nossa. Por outro lado, nada poderia ser menos acolhedor do que compartilhar com os convidados as disposições físicas de nosso lar, ao mesmo tempo em que impensadamente os excluímos de sua fonte de alimento espiritual.

Orar antes das refeições é provavelmente a maneira mais óbvia de orarmos junto com convidados. Esta era certamente a prática da igreja primitiva, que “comia com alegria e singeleza de coração” (Atos 2.46), e nós também não deveríamos negligenciá-la. Cada vez que partimos o pão, agradecemos àquele que no-lo deu, sejam quem forem nossos convidados para jantar.

O Orar Junto como Evangelismo

Nossas orações são um incentivo para nossos convidados crentes e um sermão vivo para os incrédulos. Jesus orou antes de sua refeição pós-ressurreição com dois dos seus discípulos (Lucas 24.30), e Paulo orou antes de sua refeição a bordo de um navio com 200 marinheiros pagãos (Atos 27.35-37). Quando a igreja em Atos dedicava-se a comerem e orarem juntos, “cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos.” (Atos 2.47). Quem sabe que efeito terá o nosso sincero reconhecimento de Deus sobre aqueles com quem partilhamos uma refeição?

Devemos também convidar pessoas para os nossos cultos domésticos. Esta é uma oportunidade única para testemunho do Evangelho perante incrédulos. Frequentemente, em nossas conversas evangelísticas com não-cristãos, os termos de nossa discussão são ditados por eles: “Você realmente crê que a homossexualidade é pecado?”, “E o aborto?”, “Você é contra o controle de natalidade?”, “O que você acha da evolução, das mudanças climáticas, e de como a igreja vê as mulheres?”. Cada uma destas perguntas reflete questões válidas, para as quais a Escritura tem respostas substanciais.

Mas nenhuma delas é a questão mais importante: a responsabilidade de cada ser humano de se submeter ao Deus trino. Em nossas casas e em oração, temos a liberdade única para estabelecer os termos de participação, de focar nossos convidados nas verdadeiras prioridades do coração de um cristão. Tendo alimentado os corpos dos nossos amigos, oferecemos o pão para suas almas. Ao orarmos, anunciamos aos nossos convidados (e nos lembramos a nós mesmos) que cada um de nós é um ser espiritual que deve adoração a Deus e se aproxima dele apenas através do sangue de Cristo.

Assim como as orações de Estêvão sem dúvida ecoaram nos ouvidos de Paulo (Atos 7.58-60; 22.20), e, mais tarde, as orações de Paulo tiveram o mesmo efeito sobre o carcereiro de Filipos (Atos 16.25,30), o testemunho de nossas orações familiares pode levar à salvação de muitos. Um dia, poderemos encontrar nossos antigos convidados para jantar sentados ao nosso lado na grande festa de casamento do Cordeiro.

Irmãos e irmãs, vamos orar.

Traduzido por João Pedro Cavani

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