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É um privilégio estar com os enfermos e com os que estão morrendo, mas também pode ser um trabalho assustador e árduo. Tenho grande respeito pelos capelães, pastores e outros crentes que passam grande parte do seu tempo consolando com o evangelho, aqueles que estão enfermos ou sofrendo.

Ao ministrar aos doentes e aos que estão morrendo — e todos nós teremos oportunidade de fazê-lo — aqui estão algumas coisas a serem lembradas.

1. Seja paciente. Faça muitas perguntas.

Não pressuponha que você sabe o que eles estão pensando ou sentindo. Pergunte a eles.

2. Faça perguntas diretas.

Especialmente com as gerações mais velhas, notei que não respondem bem a algumas das perguntas “jargão” tais como “como está sua caminhada com o Senhor?” ou “o que o Senhor está lhe ensinando?”. Faça perguntas simples, como: “como você está se sentindo?”, “o que tem sido difícil?”, ou “como posso orar por você?”.

3. Se você sabe cantar, abra um hinário e cante algumas músicas.

Se você não sabe cantar, tente assim mesmo.

4. Evite perguntas que possam ser respondidas com um sim ou não.

Se você perguntar se é difícil ficar doente, você pode não ir muito longe. Evite perguntas sugestivas também. Por exemplo: “É um grande consolo saber que Jesus perdoou todos os seus pecados e você passará a eternidade com ele no céu?”. Isto pode revelar uma boa teologia, mas não é exatamente uma pergunta. Melhor apenas declarar esta verdade e fazer perguntas reais.

5. Aprenda a viver com seus próprios sentimentos de inadequação.

Ninguém sabe exatamente o que dizer nestas situações. Geralmente, parece um pouco estranho no começo. Mas não deixe isto afastá-lo. Seja ousado, e seja você mesmo.

6. Em algum momento, acho apropriado fazer perguntas bastante específicas, especialmente se a pessoa estiver evitando as duras realidades da situação.

Você pode ter que dizer algo como “Há uma chance de você não melhorar. Você está com medo de morrer?”. Obviamente, você não começa com esta pergunta ao visitar uma menininha que vai retirar o apêndice, mas em outras situações você não pode evitar falar sobre a morte. Bem, na verdade você pode evitar (e pode querer fazê-lo), mas não deve.

7. Não caia na armadilha de falar apenas sobre o linguajar médico cansativo.

A maioria das pessoas começará fornecendo a você o comentário médico. Isto é bom e provavelmente é terapêutico. Mas não tente ser o médico delas. Vá além do falar sobre remédios, tratamentos e o novo vocabulário médico que todos estão aprendendo. Vá ao evangelho e à alma.

8. Não interrompa. Faça perguntas de esclarecimento. Seja lento em corrigir o pensamento deles.

Se eles necessitam ser desafiados, faça-o depois que eles souberem que você se importa, e leva os sentimentos deles a sério. Nada é mais desanimador do que um amigo ou pastor que rapidamente corrige todos os medos e apresenta imediatamente soluções para todas as lutas deles.

9. Lembre as pessoas das coisas que você sabe que elas já sabem.

Nós esquecemos. Nós duvidamos. Ajuda muito ouvir outras pessoas nos dizendo a mesma verdade mais uma vez.

10. Abra a Bíblia. Leia a Bíblia. Ensine a Bíblia.

Se nossa teologia não ajudar quando as pessoas estão enfermas e morrendo, para que é que ela serve?

Algumas Sugestões de Escrituras

Versículos para dar segurança:

Romanos 8.1 (nenhuma condenação)
Romanos 8.28-39 (nada pode nos separar de Cristo)
João 11.25-26 (Eu sou a ressurreição e a vida)
1 João 1.9 (se confessarmos nossos pecados, Deus nos perdoará)
Efésios 2.1-10 (pela graça somos salvos)
Lucas 23.39-43 (o ladrão na cruz)

Versículos para simpatizar-se com pessoas sofrendo:

Salmo 40 (preso no tremendal de lama)
Salmo 42 (como a corça anseia por águas, assim minha alma anseia por ti)
Romanos 8.18-27 (toda a criação está gemendo)
Hebreus 4.14-16 (Jesus como nosso sumo sacerdote que se importa conosco)

Passagens amadas que são sempre apropriadas:

Salmo 23 (o Senhor é meu pastor)
Salmo 46 (Deus é refúgio)
Salmo 103 (compaixão e misericórdia de Deus)
Mateus 6 (Deus cuida, e por isso não se preocupe)
Romanos 8 (misericórdia, sofrimento, esperança, segurança)

Eu também recomendo o Catecismo de Heidelberg, especialmente as perguntas 1 e 2.

Traduzido por João Pedro Cavani.

 

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