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Um Roteiro Alternativo Para a Atração Pelo Mesmo Sexo

“Não há nada de errado em viver um estilo de vida gay. Na verdade, se reprimirmos quem somos, nunca viveremos uma vida feliz e satisfeita. Sejamos verdadeiro conosco mesmos!”

Esta é a esmagadora mensagem da sociedade em relação à homossexualidade. Mark Yarhouse se refere a isso como “o roteiro gay”, o plano de como os homossexuais devem viver. “Assuma ser quem é”, grita um número crescente, “e então encontrará a felicidade!”

Eu discordo, mas devo confessar que há uma parte de mim que considera este roteiro atraente. Desde que me conheço por gente, sinto uma Atração exclusiva pelo Mesmo Sexo (AMS). Apesar de aconselhamento e inúmeras orações, Deus não achou necessário mudar a minha orientação.

Então, se for honesto comigo mesmo, gostaria de ter a liberdade de agir baseado no que parecem ser desejos básicos e naturais de intimidade, companheirismo e amor. Afinal, muitos dos meus amigos héteros encontram satisfação e alegria ao encontrar uma companheira; por que eu também não deveria?

Mais Do Que Proibições

Muitos cristãos respondem a esta questão apelando para as proibições da Escritura. Eles apontam para o ensinamento claro da Bíblia de que a atividade homossexual é pecaminosa porque vai contra a natureza da ordem criada (Gênesis 2.18, 23-24) e, portanto, está fora dos limites que Deus estabeleceu para uma expressão sexual aceitável (Romanos 1.27; I Coríntios 6.9-10).

Os cristãos têm razão em apelar à autoridade da Bíblia sobre como devemos conduzir as nossas vidas (II Timóteo 3.16). No entanto, se a proibição é a única mensagem que aqueles com desejos homossexuais (cristãos e não cristãos) ouvem da igreja, a nossa mensagem está incompleta.

Dizer Sim a Algo Melhor

O que a igreja necessita a é de um roteiro alternativo. E deve ser um roteiro holístico que responda às emoções e aos desejos reais daqueles com AMS. Não podemos viver uma vida de apenas dizer “Não!” para os nossos desejos. Necessitamos poder dizer “Sim!” a algo maior, a algo melhor.

A coisa mais básica, e a mais gloriosa, para a qual eu disse “Sim!” foi Jesus. A alegria de seguir a Jesus é eterna e completa (Salmo 16.11; Marcos 10.29-30) e faz com que as promessas temporárias do pecado pareçam tristemente insuficientes. No entanto, seguir a Jesus não faz com que os meus anseios por intimidade e companheirismo humano desapareçam magicamente. O que o cristianismo tem a dizer com respeito a essas áreas?

Áreas da Vida na Igreja que Devemos Cultivar

Devemos levar a sério esta questão se quisermos que a igreja seja um lugar acolhedor e atraente, onde aqueles que lutam com a AMS possam florescer. Há três áreas da vida da igreja que são particularmente importantes para cultivarmos.

1. Nossa Identidade Própria

A maneira como falamos sobre aqueles com desejos homossexuais é importante, se quisermos que eles se sintam bem-vindos na igreja. Nós fazemos o contraste entre “nós” e “eles”? Será que tornamos “ser gay” uma atrocidade tamanha que “aquelas pessoas” estão fora do alcance da graça?

A realidade é que não são “aquelas pessoas” das quais estamos falando. Estamos dentro da igreja, entre as muitas pessoas que vivenciam uma sexualidade danificada, mas que têm a justiça de Jesus creditada às suas contas. Pertencemos ao corpo tanto quanto qualquer outro pecador que confia em Jesus. A igreja deve ser um lugar onde aqueles que lutam com a AMS se sintam bem-vindos, incluídos e seguros para desenvolver a nossa salvação no Senhor.

2. Nossa Teologia de Ser Solteiro

Se desejamos que os que lutam contra a AMS rejeitem seus anseios pelo tempo que o Senhor desejar, então devemos ter uma teologia firme sobre ser solteiro que não seja simplesmente uma fase de transição a caminho do casamento. Parece que em muitas igrejas, o casamento é tido como certo para todos, e quando isto não acontece para certas pessoas, elas ficam se perguntando se a igreja é um lugar ao qual elas realmente pertencem.

Não é assim que a Bíblia vê a vida de solteiro. Jesus diz que aqueles que podem aceitar a vida de solteiro pelo reino, devem fazê-lo (Mateus 19.12), e Paulo fala surpreendentemente bem de ser solteiro em I Coríntios 7.8. Na verdade, ser solteiro pode ser uma coisa maravilhosa que reflete o nosso relacionamento com Jesus de uma maneira que o casamento não pode fazer.

A vida de solteiro deve ser celebrada, não minimizada. Como Peter Hubbard escreve em Love into Light [Do Amor para a Luz], “os cristãos solteiros que vivem na pureza e na comunidade são outdoors para a suficiência de Jesus”. O que nos leva a uma terceira área.

3. Nossa Profundidade Como Comunidade

Onde alguém que luta contra AMS pode satisfazer seus anseios por relacionamentos reais e companheirismo em formas que glorifiquem a Deus? Em comunidades cristãs vivas. Eve Tushnet fala sobre a comunidade cristã desta maneira:

Se levássemos a amizade a sério como um lugar potencial de devoção e sacrifício, menos pessoas se sentiriam negligenciadas e indesejadas. Se pensássemos na vida da comunidade leiga (“comunidades intencionais”) mais seriamente, se ampliássemos o conceito de família e acolhêssemos pessoas solteiras em lares (por uma temporada ou pela vida), muitas pessoas poderiam ter a experiência de vivenciar um amor familiar realístico no qual todos nós somos colocados algumas vezes em primeiro lugar, e ninguém está lá apenas como equipe de apoio.

E se esta fosse a principal mensagem que as pessoas com AMS recebessem da igreja? E se eles não ouvissem simplesmente, “Não tenha esse relacionamento!” mas “Você é bem-vindo na igreja e em todos esses relacionamentos, e vamos procurar apoiá-lo em sua caminhada de fé com a comunidade, relacionamentos de amor e hospitalidade”?

Este é o começo de um roteiro alternativo maravilhoso.

Publicado originalmente em DesiringGod.org.

Traduzido por Mariana Alves Passos

 

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