Não muito tempo atrás, eu tinha um amigo próximo que me chamou para sair. Se você me conhece, sabe que minha personalidade é do tipo que está propensa a merecer uma repreensão com bastante frequência. Assim, quando esta começou, eu não estranhei para onde a conversa estava indo. No entanto, esta em particular carregava uma picada diferente de qualquer uma das outras que eu havia recebido até o momento.
Esta repreensão era em relação ao meu sarcasmo.
Esta era uma questão com a qual ninguém nunca tinha me abordado antes. Na verdade, devido à intensidade dessa peculiaridade em minha vida, frequentemente me diziam sobre o quão espirituoso e rápido eu era. Eu sempre vi isso como um dom. Não como um pecado.
Desnecessário dizer, esta correção me pegou desprevenido. Eu fiquei sem palavras. Eu fiquei zangado.
A razão pela qual isso me atingiu tão profundamente é porque senti como se meu amigo estivesse abordando um traço de personalidade que tanto eu quanto minha família tínhamos de nascença, e ela nos dava um sentido de identidade. Como ele se atrevia a atacar a mim e a minha família por algo que Deus nos havia dado? Eu estava errado.
Durante a conversa, foi-me dito “Seu sarcasmo está matando a comunhão em sua vida, porque é isso que o sarcasmo é: um assassino da comunhão. Você o está usando como uma proteção para nunca ser totalmente conhecido”. Como se isso não fosse difícil o suficiente de ouvir, ele continuou: “Toda vez que vejo alguém tentando saber mais sobre você, é evidente o momento em que você fica desconfortável, porque você se apoia no sarcasmo para terminar a conversa exatamente no momento em que você quer que ela acabe”.
Eu sabia que o que ele estava dizendo era verdade, mas não queria admitir. Então, eu minimizei isso. Meu amigo não se convenceu, e por isso me desafiou a voltar e pesquisar o sarcasmo, e eu o fiz.
Os resultados foram chocantes.
Isto é o que a pesquisa disse:
Definições:
A) Uma observação cortante e muitas vezes irônica destinada a ferir.
B) Linguagem zombadora, desdenhosa ou irônica, com a intenção de transmitir desprezo ou insulto.
A palavra vem do grego σαρκασμός (sarkasmos), a qual é tomada a partir da palavra σαρκάζειν, que significa “rasgar carne, morder o lábio de raiva, zombar.”
Isso foi o suficiente para eu perceber que esses traços não se alinhavam com o diagrama do flanelógrafo sobre os Frutos do Espírito do qual me lembrava da Escola Dominical. Foi nesse momento que percebi que eu não poderia evitar o fato de que era necessário um arrependimento sério.
E assim eu fiz.
E ainda faço.
E vou continuar até o dia em que eu morrer.
Agora, você provavelmente está se perguntando onde eu estou querendo chegar. Mais do que qualquer coisa, eu quero encorajar você. Então, aqui está:
Olhando para trás, eu sou muito grato por esta repreensão. Eu sou grato que meu amigo se dirigiu a uma área sagrada na minha vida e a chamou pelo que ela realmente é. Ele não permitiu que eu o impedisse de me corrigir. Eu sou grato por homens em minha vida que fazem isso regularmente comigo. Eu espero que você tenha pessoas em sua vida que estão dispostas e são capazes de fazer isso por você. Se não, você precisa delas.
Se você é alguém que está se escondendo atrás do sarcasmo, como eu fiz por tanto tempo, eu quero encorajá-lo a sair de trás dessa máscara e a ser totalmente conhecido. Não é um dom de Deus. É um traço de personalidade pecaminoso que precisa ser extirpado. Confie em mim, vai ser incrivelmente difícil.
No entanto, quando ele é arrancado, você é capaz de começar a ser conhecido, verdadeiramente conhecido. E esta liberdade é inigualável.
É aquela abertura e honestidade que alimenta a comunhão e permite que ela aumente.
Nós somos unicamente e excelentemente feitos à mão. Por Deus. As pessoas vão se beneficiar de conhecer de você. Vale a pena conhecer você. Você não precisa ter medo de se perguntar o que as pessoas vão pensar quando descobrirem que você é uma fraude.
O evangelho nos liberta para sermos totalmente conhecidos. Nós não precisamos mais nos esconder atrás do sarcasmo.
Nossa identidade é encontrada em Jesus e no que Ele fez, e não em quem nós somos e o que temos feito. Na verdade, quanto mais honestos somos sobre quem somos, mais incrível nosso Salvador nos parece.
Somente boas pessoas precisam de um Salvador decente. Grandes pecadores, como nós, precisam (e têm) um grande Salvador. Então, esteja disposto a ser visto como um grande pecador. Esteja aberto para que as pessoas saibam isto sobre você.
Isto é uma boa notícia! Podemos descansar na obra consumada de Jesus. Podemos ser completamente honestos com as pessoas, deixando-as ver quem realmente somos. Podemos dar a elas acesso aos bastidores, às áreas mais profundas da nossa vida (tanto as boas quanto as más). E quando isso acontece, juntamente com o sarcasmo sendo extirpado, vamos ver que a comunhão vai prosperar.
Publicado originalmente em wearesoma.com.