Na minha infância, passava os domingos de culto ou chorando numa cadeirinha ou cantando “Jesus me ama”, no berçário da igreja. Durante aquele tempo, o pastor sempre se posicionava atrás do púlpito de madeira e proclamava a Palavra de Deus, como fazia há anos nos cultos. Por mais jovem que eu fosse, seus sermões foram importantes em minha vida.
A pregação da verdade (João 17.17) derramou sólida sabedoria na vida dos meus pais, que eram jovens e inexperientes—pais que me levaram a Jesus quando eu tinha 5 anos de idade, serviram de modelo de Cristo para mim, deram respostas bíblicas às minhas questões mais profundas e, fielmente, me levavam à igreja todas as semanas. Foi também importante na vida das voluntárias no berçário e das professoras da escola dominical. Elas me amaram fielmente semana após semana e Deus as usou para serem algumas das primeiras pessoas a me ensinar o evangelho de uma forma que minha pequena mente pudesse entender.
Crescendo Sob a Palavra
À medida que fui ficando um pouco mais velha e comecei a sentar na “igreja grande”, provavelmente o pastor me via contando as luzes no teto ou rabiscando uma flor em meu caderno. No entanto, sua pregação da Palavra também foi importante. Não foi apenas um meio de crescimento espiritual para aqueles que me discipulavam diretamente na época, mas também foi um campo de treinamento para mim, pois observava as pessoas ao meu redor, atentas à Palavra de Deus. Assistir a um sermão não era algo novo para mim, quando minha compreensão e meu amor pela Bíblia cresciam. E ainda havia verdades que minha jovem mente extraía desses sermões.
Quando entrei no ensino fundamental e médio, o pastor deve ter visto uma adolescente, com os olhos cansados, apoiada no ombro da mãe. Isso pode ter sido desanimador para ele. Afinal, ele se importava profundamente com a congregação, dedicou sua vida a ensinar-lhes a Bíblia e se esforçava muito na preparação dos sermões. Mas não se engane: aquela adolescente cansada ouviu mais do que podia suspeitar e isso fez toda a diferença para ela. Eu poderia escrever páginas e mais páginas sobre o que Deus me ensinou naquela idade através dos sermões dominicais do pastor.
Quando eu estava no último ano do ensino médio, travei a batalha espiritual mais brutal que já tive. Acredito que Satanás sabia que este era um momento crítico em minha vida e estava tentando tirar vantagem disso. Durante meses, lutei para pegar minha Bíblia, temi nunca ter sido salva e, nos meus momentos mais sombrios, até duvidei da existência de Deus. Depois que reconheci que se tratava de mentiras, soube que precisava combatê-las com a verdade.
Qual foi um dos principais meios que Deus usou para me encorajar e as ferramentas necessárias para travar esta batalha? Você adivinhou: a exposição fiel da Palavra de Deus na igreja. Eu não chorava mais na cadeirinha do carro, não rabiscava mais no caderno ou adormecia nos ombros dos meus pais. Sentava atenta, com o coração inquieto e enfrentando uma batalha na alma. E a proclamação da Palavra foi importante nesta época como foi importante em todas as outras.
O pastor não sabia contra o que eu estava lutando, mas Deus nunca foi limitado pelas limitações do homem. Deus sabia exatamente o que eu precisava ouvir e o pastor se dedicava a proclamar o que Deus dizia. Domingo após domingo, nesta época sombria, Deus mostrou-se verdadeiro e fiel, sempre me dando as verdades que eu precisava para combater as mentiras de Satanás naquela semana. Louvado seja Deus, pois saí daquela época com fé e segurança mais fortes do que nunca em meu Salvador.
Depois de Crescida
Quando me mudei para a faculdade no ano passado, não ouvia mais os sermões daquele pastor todas as semanas. No entanto, eles ainda eram importantes, não apenas na vida daqueles que amo, mas na minha própria vida.
A pregação do pastor elevou meus padrões enquanto procurava outros pastores com quem aprender. Não estava buscando oradores vistosos que pudessem me fazer sentir bem e fazer discursos inspiradores. Buscava pessoas que, como aquele pastor, interpretassem a Palavra de Deus literalmente, a estudassem cuidadosamente e a proclamassem fielmente. Além disso, ainda fico on-line e ouço os sermões daquele pastor de anos atrás, quando tenho dúvidas durante meu estudo pessoal da Bíblia, e sempre me sinto encorajada quando volto lá para uma visita.
O poder da Bíblia jamais é limitado por gerações, culturas ou imperfeições humanas. É uma espada afiada (Hb 4.12) que muda vidas, salva almas, convence pecadores e dá esperança aos humildes. A Bíblia é importante para crianças de 5 anos e ela é importante para pessoas de 50 anos. Duvidar da suficiência e do poder imutável da Bíblia é duvidar do próprio Deus, pois ele disse: “[Minha Palavra] fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.” e “a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Isaías 55.11; 40.8).
De acordo com Romanos 10.14, para alguém ouvir a poderosa Palavra de Deus, outra pessoa tem que proclamá-la. Queridos pastores, proclamar a Palavra de Deus é a maior responsabilidade e privilégio que Deus lhes deu, por isso nunca negligencie ou menospreze isso. Sinta-se encorajado pois isso é mais importante do que você imagina.
É importante para pais cansados, para professores perseverantes da escola dominical, para idosos cheios de fé, para adolescentes com dúvidas e para universitários dos quais vocês sentem falta quando estão ausentes. E isso é importante para aquela garotinha que está chorando, colorindo e dormindo lá no fundo da igreja.
Traduzido por Marcos David Muhlpointner.