Uma das maiores lutas que enfrentamos na vida é a busca de significado. No século XXI, o sentido de identidade é baseado no individualismo, no sentido de direitos adquiridos e no narcisismo. Seja com quem casar ou qual carreira escolher, incluindo qual igreja frequentar e o que pensamos sobre música na igreja, cada escolha é orientada em torno do que estas coisas fazem por nós.
Esta atitude de consumismo é um dos ídolos mais prevalentes na cultura ocidental e se tornou uma epidemia até mesmo na igreja.
“My Worth Is Not in What I Own” [“Meu Valor Não Vem Daquilo que Possuo”] é uma canção que aborda o tema do valor, lembrando-nos que o verdadeiro significado se encontra em nossa identidade em Cristo. Kristyn e eu recentemente escrevemos esta música com nosso grande amigo, Graham Kendrick, numa tentativa de recuperar duas verdades gloriosas. A primeira é que nós, como homens e mulheres criados à imagem e semelhança do Criador, somos criados com valor intrínseco.
Mas há uma outra verdade que queremos transmitir: dada a nossa abrangente rebelião (o que R. C. Sproul chama de “traição cósmica” contra o rei), todos nós somos indignos do valor com o qual Ele nos coroa. No entanto, Deus enviou seu Filho para que o nosso valor pudesse ser encontrado em algo muito maior do que nós mesmos. Em Cristo, não mais olhamos para as nossas próprias realizações e conquistas para encontrar significado. Olhamos para o Sua obra perfeita por nós, e lá nossas almas encontram o verdadeiro sentido de identidade que tanto desejamos. O refrão da nossa canção advém da rica ilustração de 1 Pedro, que retrata a Jesus como herança e tesouro, muito além do que qualquer coisa que este mundo possa oferecer.
Canção Simples, Valor Maravilhoso
Foi um prazer quando Graham se chegou a nós com a ideia de compor esta canção, ideia vinda de uma simples frase que ele portava há muitos anos: “meu valor não vem daquilo que possuo”. Embora ele já houvesse incluído esta ideia em muitas de suas próprias canções, ficamos animados em nos associar a ele para criarmos uma canção com este título específico. Ele também forneceu duas citações de inspiração que nos ajudaram a direcionar nossa perspectiva:
Nossa individualidade é uma entidade complexa do bem e do mal, de glória e de vergonha, de criação e de queda. . . . Somos criaturas, caídas e redimidas, e então recriados à imagem de Deus. . . . Diante da cruz, vemos simultaneamente nosso valor e nossa indignidade, visto que percebemos tanto a grandeza de seu amor ao morrer, quanto a grandeza do nosso pecado em causar Sua morte. (John Stott)
Meu valor é o que valho para Deus, e isto é uma quantia enormemente maravilhosa, pois Cristo morreu por mim. (William Temple)
A melodia é trabalhada com uma simples e fluente melodia “folk”, de origem irlando-americana, remanescente da primitiva hinologia americana. Estas melodias tendem a ser mais curtas, com um coro fácil, de modo que podem ser facilmente cantadas em grupo. Devido à simplicidade da melodia, a música “My Worth Is Not in What I Own” [“Meu Valor Não Vem Daquilo que Possuo”] funciona bem tanto com apenas um violão, quanto com um piano e banda completa.
Por este hino abranger uma diversidade de temas (a mordomia, as realizações, a juventude, a beleza, a idolatria, a dignidade e a obra expiatória de Cristo por nós), pode ser usado em quase todos os tipos de culto. Entendemos que é particularmente apropriada para a Ceia do Senhor, ou para um tempo de resposta, mas ajuda também a preparar os fiéis para ouvirem a Palavra de Deus, visto que tem como objetivo, retirar de nós qualquer inclinação a nos apegarmos a uma identidade de autopreservação. Na verdade, reafirma que, como homens e mulheres resgatados, nossa identidade está entrelaçada com Cristo, o Filho de Deus sem pecado.
Traduzido por Raul Flores.