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Mantenha Seus Pensamentos no Céu Para Poder Fazer o Bem na Terra

“Vaidade de vaidades… vaidade de vaidades, tudo é vaidade!” (Ec 1.2) Assim, clama o autor de Eclesiastes ao tentar dar sentido a este mundo “debaixo do sol”.

Olhando à nossa volta, é fácil concluir que a vida é um absurdo.

Vivemos em um mundo cheio de injustiça. Pessoas más prosperam; pessoas boas sofrem.

Vivemos em um mundo aterrorizado pela morte. A vida pode ser extinta inesperadamente. A morte chega para todos; ninguém escapa.

Vivemos em um mundo que lança o inesperado sobre nós. Nossa incapacidade de controlar nossos destinos aumenta a sensação de desespero e desesperança. Para alguns em circunstâncias difíceis, a morte pode parecer melhor do que a própria vida.

Embora os cristãos não sejam imunes a sentimentos de desespero e desesperança, a fé em Jesus Cristo diminui a dor do pessimismo e do desespero. A fé no Filho de Deus ressurreto nos dá confiança para crer que esta vida é apenas o prelúdio de algo mais maravilhoso.

A Cidade por Vir

A Bíblia não apresenta uma imagem vaga e confusa da vida por vir ― embora muitos cristãos pareçam estar mal informados sobre o futuro que os espera. A visão do apóstolo João da Nova Jerusalém está repleta de lembretes simbólicos de como Deus estabelecerá uma cidade eterna em um mundo renovado, unindo o céu e a terra (Ap 21.1- 22.5).

O autor de Hebreus nos encoraja a esperar pela “cidade que há de vir” (Hb 13.14; cf. 11.8-16, 39-40; 12.22). O apóstolo Paulo também cria em uma futura metrópole, contrastando a atual cidade de Jerusalém com uma “Jerusalém lá de cima” (Gl 4.21-31). É importante notar que Paulo se considerava cidadão desta cidade eterna (Fp 3.20). Por essa razão, ele comparou sua atual experiência “transitória” da vida com a vida “eterna” que está por vir. Para confortar e encorajar os seguidores de Cristo em Corinto, ele escreveu:

“Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” (2 Co 4.16-18)

Paulo entendia bem como uma fé vibrante no mundo vindouro pode afetar nossas vidas no presente. Ela pode ser uma fonte de força profunda quando enfrentamos desafios terríveis.

Concentrar-nos na cidade por vir também nos impede de ser cativados pelas atrações efêmeras do presente mundo. Com razão, Jesus adverte seus seguidores:

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mt 6.19-21)

Cidadãos da Nova Jerusalém

Os cristãos são frequentemente ridicularizados por promoverem uma mentalidade de “festa no céu quando morrermos”, especialmente quando falam de uma cidade futura e eterna. Mas tal perspectiva não reflete o ensino da Bíblia. Jesus não instruiu seus discípulos a orarem: “Leve-me para o céu”, mas sim: “venha o teu Reino; faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt. 6.10).

Para os que estão unidos a Jesus Cristo, a vida eterna começa aqui e agora, assim como a cidadania na cidade eterna.

Jesus desafia seus seguidores a orar e a trabalhar pela expansão do governo de Deus, mantendo ao mesmo tempo uma esperança de fé na vinda da cidade de Deus. Esta expectativa futura deve influenciar profundamente como fazemos o que ele nos comanda para o presente.

  • Devemos viver neste mundo como cidadãos do mundo por vir, influenciados por seus valores e virtudes.
  • Devemos exercitar a verdadeira humildade, lembrando que fomos redimidos do mal somente pela graça de Deus e não por nossas próprias realizações ou piedade.
  • Devemos testemunhar uma visão de mundo alternativa que promova a crença em um Deus Criador, destacando a inadequação de uma visão puramente materialista da existência humana.
  • Devemos ser pacificadores, reconciliando aqueles que estão alienados, especialmente de Deus.
  • Devemos fazer discípulos de Jesus Cristo, estendendo o reino de Deus por todo o mundo através do amor auto-sacrificial.
  • Devemos ter fome e sede de justiça, cuidando dos oprimidos e promovendo justiça para o benefício dos marginalizados.
  • Devemos resistir aos poderes do mal, armando-nos para a batalha espiritual que continua em fúria até o retorno de Cristo.
  • Devemos nos considerar exilados e peregrinos na “Babilônia”, segurando tenuamente a esta vida, mas vivendo neste mundo absurdo e maligno, em antecipação confiante de tudo o que Deus ainda fará.
  • Devemos viver vidas santas, visando a perfeição moral e a pureza pessoais.
  • Devemos amar os outros de todo o coração, incluindo nossos inimigos, como uma expressão e resultado de nosso sincero amor a Deus.
  • Devemos cumprir nossa capacidade criativa como construtores de casas e cidades, mas sempre reconhecendo a natureza temporária deste mundo presente.
  • Jesus Cristo conclama seus seguidores a serem trabalhadores do reino aqui e agora. Trabalhamos com a garantia confiante de que Cristo retornará para corrigir toda injustiça, vindicando ou punindo conforme apropriado. Então, com a derrota do mal, Deus estabelecerá sua cidade eterna em uma terra renovada.

Traduzido por Felipe Barnabé.

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