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Os livros “For Dummies” [Para Leigos] se tornaram um sucesso fenomenal.

Por simplificarem as complexidades de qualquer coisa, seja a programação de computadores ou o conhecimento de vinhos franceses, as vendas explodiram. Sem dúvida, a razão deste sucesso é por atenderem a nosso desejo de dominar facilmente algo que de outra forma, demoraria muito tempo. Eles oferecem um atalho para o sucesso.

Não é surpresa, portanto, que, quando se trata de plantação de igrejas, há muitos guias “Para Leigos” disponíveis. Os editores cristãos ficarão para trás se não tiverem a versão de “Cinco Passos Fáceis para a Plantação Bem-sucedida de Igrejas”, com um prefácio de um plantador de igrejas consagrado.

No geral, isto é uma coisa boa. Necessitamos de qualquer ajuda que possamos receber. Mas o perigo com muitos destes recursos é o pragmatismo subjacente e o testemunho pessoal que tendem a tornarem-se mais importantes do que o ensino bíblico. Qualquer igreja que queiramos ver plantada, se for para ser como Deus a designou, necessita ser estabelecida de acordo com as Escrituras.

Portanto, embora haja muitas coisas que possam ser feitas ao plantar uma igreja, eis uma coisa que necessita ser feita: dar autoridade funcional à Bíblia em todos os aspectos do ministério.

Ministério Centrado na Palavra

Mesmo observando de relance o ministério de Paulo, vemos que a proclamação da Palavra de Deus tinha prioridade máxima. Uma breve panorâmica de 1 Tessalonicenses 2 nos mostra o seguinte:

  • “Tivemos ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o evangelho de Deus” (2.2)
  • “Fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração.” (2.4)
  • “Vos proclamamos o evangelho de Deus.” (2.9)
  • “Tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes.” (2.13)

O ministério de Paulo era — antes de mais nada — um ministério da Palavra de Deus. A razão para isto é simples: a presença e a obra de Deus no mundo nos são mediadas através de suas palavras. Em toda a Bíblia, do começo ao fim, suas palavras criam, sustentam, dão vida e santificam.

É por esta razão que, quando Paulo passou o bastão do ministério para Timóteo, ele o exortou a priorizar a proclamação:

Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. (2Tm 4.1-2)

Este é necessariamente o ponto de partida quando plantamos igrejas hoje.

Estou ciente de que esta afirmação não é uma grande revelação para os evangélicos. Mas isto não significa que não seja importante. Necessitamos relembrar a nós mesmos a prioridade da Palavra, para que nossa prática reflita esta realidade. Sem a Palavra de Deus — independentemente do que estejamos fazendo — a nova igreja não terá nada de especial a oferecer à comunidade. Não oferecerá nada que alguma outra organização não possa fornecer em algum grau. De fato, sem a Palavra de Deus, não teremos na realidade, uma igreja.

Portanto, jamais devemos presumir a centralidade da Palavra de Deus. Se o fizermos, acabaremos por priorizar funcionalmente outras coisas. Estas podem ser coisas boas e importantes, mas erramos significativamente se permitirmos que algo deponha a Palavra de Deus de seu lugar central.

Portanto, para manter a Bíblia central nas igrejas que plantamos, devemos cultivar a disciplina, a humildade e a fé.

1. Disciplina

Quando você começa — principalmente se estiver plantando uma igreja do zero — se algo necessita ser feito, é provável que você tenha que fazê-lo. E há centenas de coisas que podem ser feitas — captação de recursos, conhecer pessoas, desenvolver um site, atualizar as mídias sociais, formular um currículo de escola dominical, fornecer café e chá após o culto, organizar sua sinalização, divulgar sua presença e assim por diante.

Tudo isto é importante. Mas na formulação de sua lista de prioridades, necessitam ser posicionados abaixo do estudo cuidadoso e da pregação das Escrituras. Priorizar a Palavra de Deus desta maneira — que envolve dizer “não” a coisas boas — requer disciplina.

2. Humildade

Ao plantar uma igreja, muitos de seus atos lhe garantirão um tapinha nas costas, farão com que você seja bem visto. Porém, poucas pessoas o elogiarão por ensinar a Bíblia à cada semana ou por passar um tempo adequado estudando. Edificar a igreja na Palavra de Deus não é glamoroso e remove o foco de nós. Isto é uma coisa boa, mas requer humildade.

3. Fé

O Senhor Jesus Cristo prometeu que edificará sua igreja, e devemos receber esta promessa pela fé. Este é o caso, especialmente em regiões tal como a Europa atual, onde o trabalho vivificador e santificador da Palavra é extremamente lento. Portanto, manter a Palavra de Deus no centro do seu ministério requer confiança nEle.

Você crê que a necessidade central de seu bairro e de seus moradores é da Palavra de Deus? É verdadeiramente simples. Tal como Mike McKinley definiu:

Ensine a Palavra de Deus. Evangelize usando a Palavra de Deus. Discípula as pessoas usando a Palavra de Deus. E então, quando você iniciar cultos públicos, pregue a Palavra de Deus.

Continue Pregando

Finalmente, quero estimulá-lo a não perder a coragem no sermão. No desejo correto de recuperar a importância do ministério da Palavra em outros contextos da vida da igreja, creio que nos últimos tempos há uma tendência para nos afastarmos da pregação com autoridade. Isto é um equívoco.

Paulo instruiu Timóteo “prega a palavra” (2 Tm. 4.2), e isto tem sido a prática da igreja através das gerações. O desígnio de Deus é que seu povo se reúna para ouvir humildemente um homem que O representa para transmitir Sua mensagem — e através deste evento Seu Espírito opera poderosamente para levar adiante seus propósitos definidos.

Que assim seja em todas as nossas igrejas.

Nota dos editores: Este é um trecho adaptado do capítulo de Reuben Hunter em “Multiplying Churches: Exploring God’s Mission Strategy” [Multiplicando Igrejas: Explorando a Estratégia da Missão de Deus), publicado pela Christian Focus Publications.

Traduzido por Luiz Santana

 

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