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Quando Seu Cônjuge Não Crê: 3 Posturas Para uma Vida Piedosa

“Precisamos trabalhar na sua postura”, disse o fisioterapeuta à mulher com o fêmur fraturado. “A postura correta fará toda a diferença nos seus níveis de dor e na sua segurança ao andar.”

Eu trabalho como coordenadora de casos em um hospital de reabilitação e, com frequência, ouço advertências como essa dos terapeutas. A vida atingiu minha paciente com um golpe incapacitante, e o terapeuta está lá para ajudá-la a aprender a viver com a lesão ou doença que ela sofreu.

Quando percebemos que nosso cônjuge não possui fé em Cristo, pode parecer que nossa união sofreu uma grande lesão. Onde Deus desejava unidade, há desalinhamento — e não conseguimos curar isso. Mas podemos aprender a caminhar pela fé. Nas Escrituras, vejo pelo menos três posturas que me ajudam a ter esperança em Cristo enquanto caminho pela vida ao lado do meu marido incrédulo.

Postura do Agricultor: Abra Mão de Controlar o Resultado

Não sou agricultora, mas sou uma jardineira iniciante vivendo no deserto de Sonora, no Arizona (EUA). Planto sementes em um lugar onde quase não há água. Tenho um papel a desempenhar para que meus pés de tomate e ervilhas cresçam aqui, mas, ao depositar no solo minhas sementes selecionadas, eu as enterro e abro mão do controle da colheita, que pode ou não acontecer semanas depois.

Em 1 Coríntios 3:7, Paulo usa a metáfora da agricultura para ilustrar uma realidade semelhante no crescimento espiritual: “De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento”. Essa verdade orienta a maneira como lido com o casamento com um descrente. Posso fazer as boas obras que o Senhor preparou para mim, mas devo confiar a Ele os resultados.

Algumas práticas contribuem para um casamento saudável, tais como aprender a ouvir bem e se comunicar com clareza. E outras práticas cultivam uma fé saudável: oração diária, leitura da Bíblia e participação no culto. Mas não controlamos os resultados.

Podemos controlar o que plantamos em nosso casamento, mas não como nossos cônjuges vão reagir. Podemos buscar edificar a nós mesmos na fé (Jd 1.20), mas é o Senhor quem pode nos guardar de tropeçar (v. 24). Por isso, assumo a postura de agricultora, comprometendo-me com boas obras que honram a Deus e plantam saúde no meu casamento, deixando os resultados nas mãos d’Aquele que transforma desertos em mananciais (Sl 107.35).

Postura do Observador de Estrelas: Deixe a Natureza Proclamar a Glória de Deus

Na minha casa, não há oração em conjunto, leitura das Escrituras, cânticos ou adoração. Minhas oportunidades de falar a Palavra de Deus em voz alta com meu marido são raras. Mas descobri que, quanto mais consigo levá-lo para fora de casa (para uma trilha, para o jardim ou até mesmo para observar as estrelas no quintal), mais posso me juntar a ele para ouvir Deus falar por meio da criação.

Meu marido pode não louvar a Deus pelo céu azul, pelas abelhas zumbindo, pelas noites estreladas ou pelos beija-flores cintilantes, mas o Salmo 19 me garante que a glória de Deus é proclamada a ele por meio da criação: “Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite”, diz o salmista (v. 2).

A beleza de Deus na criação também me encoraja — me ensina a olhar para cima, ouvir, agradecer e me juntar à criação em demonstrar a bondade de Deus na terra dos viventes. A criação me humilha e me ensina a falar da fidelidade do amor de Deus, não apenas com palavras, mas com a minha vida. Talvez eu não possa praticar as disciplinas espirituais junto ao meu marido, mas posso experimentar a glória de Deus na natureza ao lado dele.

Postura do Prisioneiro que Canta: Não Deixe Nada Impedir sua Adoração

Em Atos 16:25, lemos que Paulo e Silas, enquanto estavam na prisão, oravam e cantavam hinos a Deus. Em um ambiente nada propício para cantar, eles adoraram mesmo assim. Casar-se com um descrente não é como estar numa prisão, mas pode ser um contexto tenso para adorar a Deus. Quando seu cônjuge rejeita o evangelho ou vive de forma que não condiz com a fé que diz professar, cantar hinos a Deus geralmente não é nossa reação natural.

Entretanto, viver uma vida de adoração — uma vida que ora, canta e serve, apesar da tensão de um casamento espiritualmente dividido — é libertador. Embora você esteja ligada em casamento a um cônjuge descrente, você é livre para adorar a Deus. Na verdade, viver uma vida de adoração a Deus em meio a um casamento difícil pode ser exatamente o que Deus usará para salvar seu cônjuge. O testemunho fiel de Paulo e Silas na prisão levou o carcereiro de Filipos à fé em Cristo (v. 30). Conforme você e eu adoramos a Cristo abertamente, em uma vida de liberdade alimentada pela Palavra de Deus, pelo serviço, pela oração e pelo louvor, nossos cônjuges aprendem seu próprio caminho para a liberdade.

Essas posturas de fé me ajudam a viver com esperança em Cristo no casamento que tenho, e a abrir mão do casamento idealizado que não tenho. Ajoelho-me na terra, humilho-me no adubo como uma agricultura e faço o bem de mãos abertas, confiando a Deus o resultado do meu casamento e a colheita final da minha fé. Olho para o céu com meu marido, orando para que Deus nos fale por meio de Sua criação. E procuro viver uma vida de adoração, respondendo à misericórdia e à bondade de Cristo, sabendo que meu marido está ouvindo.

Traduzido por Rebeca Falavinha.

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