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7 Maneiras de Proteger e Transmitir o Evangelho

Há dois anos, um menino quase morreu afogado num parque aquático em St. Holmen, Wisconsin, EUA. O que fez aquele incidente ser especialmente trágico é que havia vários salva-vidas no local. Duas mães, que testemunharam o que deu errado, disseram que os salva-vidas pisaram na bola — não apenas uma, mas duas vezes.

O primeiro resgate atabalhoado ocorreu quando os salva-vidas não socorreram um menino de quatro anos que estava se debatendo n’água tentando flutuar. Felizmente, uma das mães viu o menino em perigo, entrou em ação e o resgatou. Cerca de uma hora depois aconteceu a mesma coisa, exceto que este segundo menino perdeu a consciência. Novamente, uma das mães ajudou a tirá-lo da água e começou a fazer ressuscitação cardiorrespiratória. Enquanto ela fazia aquilo, os salva-vidas só ficaram olhando. O menino foi levado ao hospital e felizmente sobreviveu.

Esta história verdadeira reforça o que já sabemos pela experiência — não cumprir uma responsabilidade importante pode levar (e muitas vezes leva) a um desastre. Se um salva-vidas abdicar de suas responsabilidades, alguém pode se afogar.

Responsabilidade Congregacional

Recentemente, preguei um sermão intitulado “A Importância do Governança Congregacional da Igreja”. Nele, expliquei o que é o congregacionalismo e onde o vemos nas Escrituras. O congregacionalismo afirma que Jesus confiou a toda a congregação — não apenas a certos líderes — a responsabilidade de proteger, propagar e preservar o evangelho. [1] Isto significa que, se uma igreja local não cumprir a atribuição que lhe foi dada, um desastre espiritual acabará por ocorrer. A mensagem do evangelho acabará sendo diluída, o significado do termo “cristão” acabará sendo distorcido e a missão da igreja acabará sendo descarrilada.

Não é minha intenção defender os méritos bíblicos do congregacionalismo neste post. Em vez disso, quero listar e explicar brevemente sete maneiras pelas quais uma congregação pode cumprir suas responsabilidades comissionadas por Cristo. Alguns destas ações se dirigem especificamente a membros da igreja, enquanto outras se concentram na congregação como um todo.

1. Levar a sério o conceito de membresia da igreja.

O Congregacionalismo só pode funcionar corretamente se crenças e práticas de uma congregação regenerarem a membresia da Igreja. Regenerar a membresia da igreja é a noção bíblica de que uma igreja deve ser composta apenas por aqueles que dão uma profissão credível de fé e são batizados (Mt 28.19; At 2.38). Isto significa que uma igreja local não deve incluir qualquer pessoa como membro, mas apenas aqueles que demonstram que o Espírito de Deus operou uma obra genuína de salvação em seus corações como resultado de crerem no evangelho.

Eis o porquê: Se uma igreja afirmar alguém como membro que não conhece a Deus e não tem seu Espírito, a igreja acaba de dar a esta pessoa uma medida de autoridade para determinar assuntos importantes dentro da igreja. Isto, é claro, é uma receita para o desastre, e muitas igrejas congregacionais sofreram por não levarem a sério o conceito de uma membresia regenerada.

2. Participar regularmente dos cultos de adoração semanais para aprender e praticar o evangelho.

Se uma de nossas responsabilidades envolve proteger e defender o evangelho, então é necessário conhecê-lo e conhecê-lo bem. Isto significa que necessitamos estudá-lo, compreendê-lo, sermos capazes de articulá-lo e aplicá-lo. E Deus determinou que a principal maneira de aprender e praticar o evangelho é participando dos cultos semanais de adoração da igreja. É lá que o corpo canta o evangelho, ouve o evangelho pregado e aplicado e vê o evangelho praticado através das ordenanças.

3. Investir e cultivar relacionamentos de discipulado dentro da igreja local.

Quando nos agregamos a uma igreja local, nos comprometemos a ajudar outros membros da aliança a seguir Jesus fielmente. Portanto, é essencial que os conheçamos, a fim de lhes fazer o bem espiritual. Podemos fazer isto juntando-nos a um pequeno grupo ou nos reunindo semanalmente com alguns outros membros para ler um livro cristão, memorizar as Escrituras, prestar contas uns aos outros ou orar juntos.

4. Estar presente e participar das reuniões de membros.

As reuniões de membros são um dos principais contextos em que uma igreja exerce a autoridade que Jesus lhe confiou. São nelas que a maioria das igrejas recebe e afirma novos membros. São nelas que eles liberam membros impenitentes para o mundo, através da disciplina da igreja. São nelas que novos líderes são confirmados e onde se considera como gastar os recursos acumulados para promover o evangelho.

No entanto, os membros da igreja não devem insistir que suas opiniões prevaleçam nas reuniões de membros. Não devem insistir ou debater cada decisão, especialmente as de menor importância.

5. Com a ajuda do Espírito Santo, confiar e seguir os líderes que a Congregação afirmou.

Quando se trata da relação entre uma igreja e seus líderes, há apenas duas opções: ou seguir e submeter-se aos líderes (Hb 13.17), ou substituí-los. O que uma igreja não pode fazer é afirmar líderes e depois não confiar neles. Isto é insalubre e inútil. Se a congregação fizer seu trabalho corretamente, os homens que reconhecerem como líderes serão chamados, competentes e caracterizados pela piedade. Portanto há que seguir sua liderança.

6. Remover líderes que ensinam ou agem contrariamente ao evangelho.

Se um dos pastores começa a agir de uma forma que contradiz ou solapa o evangelho (seja como ele fala ou vive), temos a responsabilidade de intervir. Nosso impulso não deve ser de fugir da igreja, mas o amor pela sã doutrina e santidade pessoal deve nos levar a confrontá-lo e, se necessário, removê-lo. Uma das piores coisas que uma igreja pode fazer é deixar um líder desqualificado em sua posição.

7. Destituir membros que defendem um falso evangelho ou que dão uma profissão falsa do evangelho.

Se um membro da igreja começa a se afastar de Jesus, pecando abertamente e sem se arrepender, outros membros devem restaurá-lo em um espírito de mansidão (ver Mt 18.15-20; Gl 6.1). Deixar de fazer isto não é apenas abandono de nossas responsabilidades, é também falta de amor. Quando observamos um irmão cristão se afogando no pecado, o amor nos constrange a tentar um resgate.

Claro, se ele se recusar a se arrepender, temos outra obrigação: anunciar isto publicamente à igreja e tratá-lo como alguém de fora do povo da aliança de Deus.

Conclusão

Como cristãos, temos uma tarefa designada por Jesus e esta envolve — pela graça de Deus — ajudar os membros da igreja a chegarem ao céu e a levarem o evangelho à próxima geração. Por favor, não negligenciemos esta responsabilidade com importância eterna.

Traduzido por Luiz Santana.
Fonte: 9marks.org

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