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Hinos. Eu me pergunto como você se sente quando pensa nesta palavra. Nostálgico? Feliz? Intimidado? Entediado?

Recentemente, entrei em contato com os Leemans, professores de música de longa data, perguntando por que os hinos ainda são necessários hoje em dia, com conselhos para pais desinteressados ​(​e não-musicais) e mais.

Vocês dizem aos estudantes que “os hinos são seus amigos”. Por que eles são necessários, mesmo para os jovens?

Estamos usando o termo “amigo” para descrever alguém que o ajuda e o incentiva quando você precisa deles. Assim como um amigo, os hinos confortam, dão esperança e inspiram. Eles o ajudam a confessar o pecado, a dar graças, a alegrar-se e a solicitar o favor de Deus. Você se lembrará deles na escuridão da noite ou no calor do dia, levando a verdade e a Palavra de Deus para o seu coração. Quem não precisa deste tipo de amigo, não importa a idade, seja jovem ou velho? Pense em Paulo e Silas presos num calabouço. O que eles fizeram? Cantaram hinos. Por que as pessoas em asilos de idosos brilham e sorriem, ou às vezes choram quando hinos antigos são tocados e cantados? Porque um velho amigo veio vê-los e sentar-se com eles.

Uma vez aprendidos, podemos facilmente levar um hino conosco onde quer que formos, do parquinho à mesa de jantar, até para a beira da cama de hospital. Ensinar estas melodias e poemas a seus filhos é quase tão bom quanto a inserção de um microchip em seus cérebros, cheios de conteúdo doutrinal e doxológico maravilhoso que eles serão capazes de acessar pelo resto de suas vidas.

O que você diria aos pais que não estão habituados a ouvir hinos e, portanto, não estão interessados ​​em aprendê-los?

Há uma muitas coisas na vida das quais não gostamos da primeira vez que provamos, mas aprendemos a saborear ricamente ao longo do tempo: um tipo de alimento, um determinado esporte, um programa de computador, talvez até mesmo a Palavra de Deus! Mas não deixe que a hesitação faça com que você perca as ricas profundezas da meditação e admiração da bondade de Deus disponível num bom hino.

Assim, a poesia de Bernard de Clairvaux, ou de Issac Watts, ou de Stuart Townend e Keith Getty oferecem mais do que palavras bonitas que rimam. Suas letras nos apresentam a uma compreensão profunda de Deus e de seus caminhos de redenção. Eles nos convidam a nos envolvermos com este Deus, talvez mais profundamente e significativamente do que já fizemos antes. Cada hino oferece uma linguagem de ação de graças e confissão e louvor que tem perdurado na prova severa dos anos, até de séculos. Quando cantamos as palavras, “Deus se move de forma misteriosa, suas maravilhas a executar”, isto nos obriga a pensar. A refletir. A ponderar sobre este Deus que faz as coisas de forma diferente do que nós, mas cujos caminhos são sempre bons.

Ensinar estas melodias e poemas a seus filhos é quase tão bom quanto a inserção de um microchip em seus cérebros, cheios de conteúdo doutrinal e doxológico maravilhoso que eles serão capazes de acessar pelo resto de suas vidas.

Pense nisso: você quer ajudar seus filhos a pensarem profundamente sobre as coisas de Deus, para descobrir que a adoração não é apenas uma emoção da superfície, mas algo que envolve as profundezas de suas almas? Os hinos irão ajudá-los a aprender desta forma. Sem dúvida uma parte da linguagem é difícil. “Suas maravilhas a executar” não é como falamos naturalmente. Mas nossos filhos são inteligentes. Vão entender, se não da primeira vez, em breve.

O que você diria aos pais que não são musicais e, portanto, são intimidados por qualquer livro de música, especialmente um que eles se propõem a ensinar?

Se alguém não aprendeu a ler música ou a cantar afinadamente, podemos entender sua hesitação sobre todo este tópico. Ainda assim, a Bíblia nos ordena a cantar! Só em Salmos, há 150 súplicas para que cantemos. E não há nenhuma advertência sobre cantar apenas se soubermos como, ou se tivermos uma voz bonita. Ousamos dizer que Deus fica muito mais satisfeito com os louvores desafinados de um coração que se deleita nele, do que com a voz angelical de uma alma egocêntrica.

O que permitiu que tantos hinos resistissem ao teste do tempo?

Por que a Declaração da Independência ou o Discurso de Gettysburg (documentos importantes na história dos EUA) resistiram ao teste do tempo? Porque são bem escritos e baseados em verdades duradouras. Os hinos importantes também são baseados em verdades eternas e são muito bem trabalhados tanto musicalmente como liricamente. As melodias são interessantes, memoráveis e bem adequadas aos textos. Os hinos excelentes são transdenominacionais, transculturais e mesmo transgeracionais. Quando as pessoas os cantam, elas muitas vezes se comovem intelectual e emocionalmente. Tudo isso se combina para permitir que muitos hinos superem os testes do tempo.

Ousamos dizer que Deus fica muito mais satisfeito com os louvores desafinados de um coração que se deleita nele do que com a voz angelical de uma alma egocêntrica.

Hoje, muitas vezes enfatizamos o “ser sensível ao contexto”. E devemos ser sensíveis ao contexto. Mas não importa como se queira explicar isto, a beleza, a majestade e a excelência de algumas coisas duram por séculos e cruzam fronteiras. É por isto que amam a música de Bach no Japão, e por isto que se encontram pinturas sumi-ê japonesas em galerias americanas. Na verdade, prevemos que daqui a 100 anos igrejas ainda estarão cantando hinos do século passado, mais do que as canções do topo das paradas de hoje.

O apóstolo Paulo nos conclama a pensar no que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável, de boa fama, no que tem virtude e é louvável (Fp 4.8). Os hinos são uma maneira simples e acessível de obedecer ao seu comando. Relativamente poucos deles permanecem (em comparação com quantos foram escritos ao longo dos séculos), como parques nacionais na paisagem da expressão humana. Procure-os, aprenda-os e passe-os para as gerações futuras.

Traduzido por Mariana Alves Passos.

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