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A Plantação de Igrejas Depende da Páscoa

Eis uma objeção comum à crença em Deus: se Deus realmente existe, por que Ele não se importa com todo o mal e o sofrimento no mundo? Por que Ele não faz algo a respeito da guerra, da fome e do abuso infantil? Para um cristão, pode ser difícil responder a este tipo de ataque.

Mas acho que o apóstolo Paulo diria: Deus já fez algo. Ele ressuscitou a Jesus dentre os mortos. (Atos 17.31)

Obra Impossível

A ressurreição muda tudo. Jesus Cristo acabou com a escuridão do pecado e da morte quando se levantou da sepultura. A ressurreição não é um mero detalhe na mensagem do evangelho; ela é o seu coração e a sua vida. Plantamos igrejas justamente para anunciar esta mensagem a um mundo de trevas.

Quando Paulo revela o Evangelho à igreja em Corinto, ele os lembra de que Cristo “ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1Co 15.4). Jesus ordena que enchamos o mundo com igrejas porque Ele esvaziou uma sepultura. Realizamos a difícil obra de plantar igrejas porque Deus realizou a obra impossível quando ressuscitou um homem dentre os mortos.

Sem a ressurreição, não há boas novas. Se Cristo permanece morto, não temos nada que pregar e nem qualquer motivo de esperança (1Co 15.14-19). Se Cristo está morto, nossa fé é fútil, nosso pecado é arrebatador e a morte é definitiva; de fato, ainda somos culpados e nosso julgamento é certo. Se Cristo não ressuscitou, não há razão para plantarmos igrejas. A obra de plantação de igrejas seria impossível – e sem sentido – sem o túmulo vazio.

Mensagem Vitoriosa

Acontece que o túmulo está sim vazio. Há esperança, e Ele está apoiado sobre pés perfurados pelos cravos. Portanto, o que anunciamos ao mundo é que só resta uma coisa no túmulo: a própria morte, que foi vencida quando Jesus se levantou. Como Clemente de Alexandria (150-215 d.C.) escreveu sobre a ressurreição de Cristo: “Cristo transformou cada anoitecer em amanhecer”.

Para as pessoas do Império Romano do século primeiro, pregar “boas novas” significava atribuir poder e autoridade ao imperador. No entanto, quando nós, cristãos, pregamos as boas novas (seja para o vizinho ou para as nações), anunciamos que o Supremo Imperador mostrou poder inigualável ao deixar o túmulo.

Não é de admirar que os primeiros cristãos exultaram com a ressurreição e celebraram a vitória de Jesus em linguagem dramática. Um dos mais antigos sermões registrados fora do Novo Testamento é de Melitão de Sardes (cerca de 175 d.C.). Melitão retratou o Cristo ressuscitado como um guerreiro declarando sua vitória:

“[Jesus] ressuscitou dentre os mortos e subiu ao Céu. Depois de se haver feito homem, de ter sofrido no lugar do sofredor, de ter sido preso por causa do encarcerado, de haver sido julgado em lugar do condenado e sepultado para salvar os mortos, o Senhor ressuscitou e gritou: “Quem é este que se levanta contra mim? Deixem que se coloque diante de mim. Eu libertei o condenado, dei vida ao homem morto, ressuscitei o que havia sido sepultado. Quem pode contra mim? Eu sou o Cristo. Sou aquele que destruiu a morte e triunfou sobre o inimigo, que esmagou o inferno com os próprios pés, que prendeu o poderoso, e que subiu ao Céu. Eu sou o Cristo.”

Esperança de Ressurreição

Plantamos igrejas porque temos um Salvador que ninguém pode combater. Ele liberta o condenado, dá vida aos mortos e governa nas alturas. Seria tolice proclamar uma mensagem que afirma que um homem morto pode libertar outros homens mortos. Mas o Homem no centro do cristianismo não está morto.

A ressurreição de Cristo é mais do que um final feliz para a história da Páscoa. Em um mundo marcado pelo pecado, pelo sofrimento e pela morte, a ressurreição é a esperança, a promessa e a garantia de um recomeço.

Aguardamos ansiosamente a chegada da Páscoa. Nós nos deleitamos com as boas novas e celebramos o anúncio de que Cristo governa sobre todas as coisas. Portanto, anuncie as boas novas do Cristo ressurreto – não só neste fim de semana, mas também ao longo do ano todo.

Afinal, a sua igreja só existe porque o túmulo está vazio.

Traduzido por Rafael Salazar

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