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Por todas as Escrituras, o povo de Deus é mencionado como ovelhas, e Jesus como o Grande Pastor. O inimigo natural das ovelhas é o lobo que “arrebata as ovelhas e as dispersa” (Jo 10.12). Nosso Pastor até nos adverte para tomar cuidado com os falsos profetas, que “que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.” (Mt 7.15).

Ecoando este aviso, Paulo admoestou os presbíteros da igreja:

Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai … (At 20.28-31).

Os lobos muitas vezes parecem ovelhas, por isso para identificar um lobo, muitas vezes podemos olhar quais valores e qualidades são valorizados por uma determinada comunidade religiosa. Nos dias de Jesus, a religiosidade exterior era valorizada, de modo que os lobos tinham aparência legalista. Já no início da era pós-apostólica, o conhecimento secreto era valorizado, de modo que os lobos tomavam a forma de gnósticos eruditos.

Os valores da comunidade evangélica nos EUA hoje são muito diversos, por isso não é de se surpreender que possamos encontrar uma ampla variedade de espécies de lobos. Em nossa época, a saúde e as riquezas são valiosas, portanto alguns lobos tomam a forma de pregadores vendendo a teologia da prosperidade. Também buscamos mudar o mundo para melhor, portanto alguns lobos assumem o disfarce de defensores da “justiça social” ou “valores familiares”.

Mas há uma raça particularmente horrível que muitas vezes passa despercebida, um tipo que poderíamos chamar de “Lobo Ferido”.

Estes são os falsos mestres que usam sua própria autenticidade, dor e carências para atrair crentes que também estão sofrendo e feridos; e então usam suas “carências” para levar as ovelhas a se afastarem da Palavra de Deus e abraçarem o pecado. Eles se misturam ao rebanho porque os cristãos não suspeitam,— e nem deveriam ter suspeita — de pessoas machucadas. Eles aparecem “disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15).

Aqui estão três motivos que fazem dos Lobos Feridos um grave perigo para a sua família e para a sua congregação local.

1. Lobos Feridos São Autênticos

A maioria dos lobos feridos que você encontrará são pessoas realmente machucadas. Eles sofreram uma dor e mágoa reais. Às vezes até nas mãos da igreja. Eles são o tipo de pessoas que deveríamos naturalmente correr para confortar e proteger, pois necessitam de amor e refúgio.

Mas o que separa os Lobos Feridos das Ovelhas Feridas é que os primeiros creem que seu quebrantamento os provê – tal como os gnósticos de épocas anteriores – com conhecimento secreto, como novos insights a respeito da condição humana. Por eles poderem ver mais claramente do que aqueles que são “inteiros” (isto é, o frequentador regular e hipócrita da igreja), eles “reinterpretam” as Escrituras, descartando os velhos conhecimentos de gerações anteriores de cristãos para interpretações que apenas se alinham às últimas preferências da cultura secular.

2. Lobos Feridos Estão Acima de Crítica

Seus pais provavelmente o ensinaram desde cedo a não machucar quem já está sofrendo (Provérbios 22:22). Portanto, hesitamos em criticar os feridos, mesmo que os reconheçamos como falsos mestres. Nenhum cristão gosta de ser apontando por cometer bullying. A dura realidade é que se você chamar a atenção de um Lobo Ferido, dirão que você está cometendo bullying. Isso é inevitável, especialmente se você é um homem avisando o rebanho contra um Lobo Ferido que é uma mulher.

Muitos de nós homens — incluindo presbíteros ou anciãos conclamados a proteger nossos rebanhos — permanecemos em silêncio esperando que uma de nossas irmãs em Cristo fale antes que a popular e proeminente Loba Ferida em nosso meio devore outra das nossas. Mas se isto não acontecer, provavelmente não vamos nos manifestar. O sofrimento dos Lobos Feridos costumam servir como um escudo que os protege de qualquer crítica legítima, porque tememos ser vistos como duros ou sem afeição para com as mulheres. O resultado é que, ao não falarmos, deixamos as mulheres (e homens) em nossas igrejas vulneráveis ​​para serem assolados.

[Veja a atualização abaixo.]

3. Lobos Feridos São Atraentes

Por compartilharmos as preocupações do nosso Grande Pastor, os cristãos são atraídos por pessoas que estão quebradas, feridas e vulneráveis. Como diz o salmista: “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido.” (Sl 34.18). Infelizmente, os Lobos Feridos costumam chegar lá primeiro. Se achegam rapidamente com o evangelho da afirmação: “Você está bem do jeito que é; é o resto do mundo que está estragado e fazendo com que você sofra ”.

O evangelho diz aos pecadores de coração quebrantado para se arrependerem (Mc 1.15). O Lobo Ferido diz: “Não se preocupe, Deus não é tão antiquado a ponto de ainda achar que o comportamento é um pecado”. O evangelho diz que é necessário crer em Jesus para ser justificado (Rm 10.10). O Lobo Ferido diz: “Você é justificado ao crer em si mesmo.” O evangelho diz para confessar com sua boca que Jesus é o Senhor (Rm 10.10). O Lobo Ferido diz: “Jesus não quer governar você como Rei, ele só quer ser seu amigo sem te julgar”. O evangelho diz para ser transformado pela renovação de sua mente (Rm 12.2). O Lobo Ferido diz, “Você não pode mudar. Aceite-se quem você é.”

Eles oferecem palavras de esperança sem esperança. Como diz Jeremias, “Eles tratam dos ferimentos do meu povo como se fossem coisa sem importância. E dizem: “Vai tudo bem”, quando na verdade tudo vai mal.” (Jr 8.11, BNTLH)). O Lobo Ferido oferece um evangelho quebrado, sem o poder de salvar.

Tal como todos os lobos na igreja, o Lobo Ferido está levando as ovelhas para o vale da morte, para longe do Bom Pastor. Então o que iremos fazer? Será que estamos dispostos a sofrer o escárnio de “atacar os vulneráveis” em nome da proteção das nossas ovelhas? Ou ficaremos em silêncio porque somos covardes demais para gritar: “Lobo!”?

Atualização: No artigo original eu havia citado um artigo no site da Association of Biblical Counselors [Associação de Conselheiros Bíblicos] intitulado, “Three Ways to Spot a Wolf in Sheep’s Clothing” [Três Maneiras de Identificar um Lobo em Pele de Ovelha]. Vários defensores dos direitos LGBT alegaram que eu havia retirado as citações de contexto e contactaram a autora, Leslie Vernick. Eu disse a Srta. Vernick que removeria as citações a pedido dela. Na seção de comentários, ela deixou um comentário que dizia: “Obrigada por remover minhas palavras do seu blog e, se você ainda não o fez, peço-lhe para fazê-lo. Não quero que os leitores pensem que apoio o que você escreveu, especialmente porque você é tão vago no que quis dizer.” Essas citações foram removidas.

Traduzido por Rafael Salazar

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