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4 Maneiras Pelas Quais Escrever me Ajuda como Pastor

Alguns pastores são oradores. Eles se posicionam no púlpito com facilidade e enchem o ambiente com seus pensamentos. Eu nāo sou assim. Não sou falante, e francamente, isso quase me manteve fora do ministério. Posso conversar bem quando falo com uma pessoa ou com poucos ouvintes, mas quando vou pregar, rapidamente fico sem palavras.

Costumo dizer que tenho o dom espiritual de ser conciso, a capacidade de reduzir 15 horas de preparação do sermão a um devocional de 10 minutos. Por esta razão há 25 anos escrevo meus sermões; cada palavra, tintim por tintim. Oito páginas digitadas, espaçamento simples, fonte Times New Roman tamanho 14 , equivalem a um sermão de 30 minutos, no meu caso. Foi assim que descobri os benefícios da escrita. Comecei por necessidade.

Acho que os benefícios serviram bem a mim e à minha congregação. O efeito positivo de escrever meus sermões foi tão dramático que escrevi quatro livros.

Agora gosto de escrever, mas nem sempre foi assim. Eu era um estudante mediano e possivelmente o último que meus professores identificariam como um futuro autor. Depois de analisar a minha tese, o professor recusou-se a dar a nota, escrevendo no topo: “Isto é uma salada de frases”. Mas os benefícios pastorais da escrita foram tão profundos que comecei a gostar da disciplina.

Escrever me ajudou como pastor de quatro maneiras principais.

1. A Escrita Gera Clareza

Pastores são constantemente questionados sobre assuntos teológicas. Seja a origem do mal, os propósitos de Deus no sofrimento, ou a liberdade e escravidão da vontade; eu escrevo pelo menos alguns e-mails todo mês respondendo a estas perguntas. Embora eu certamente não reivindique ter resolvido nenhum grande mistério de nossa fé, estes diálogos por e-mail me forçam a selecionar minhas palavras cuidadosamente, o que gera uma maior clareza de pensamento.

Após cerca de cinco anos de ministério, eu tinha uma pasta de e-mails cheia de respostas que escrevi às perguntas dos membros. Meu primeiro livro, Drive Thru Theology [Teologa Drive Thru], é pouco mais que uma compilação daquelas respostas. Quando se trata de questões teológicas difíceis, tente se expressar escrevendo.

2. A Escrita Impulsiona o Ritmo Missional

Compartilhar a liderança no ministério pastoral é tanto uma bênção quanto um fardo. Pastores dividem sua liderança com voluntários que constantemente entram e saem da função de líder, o que torna o ministério mais complexo. Por exemplo, os presbíteros com quem sirvo são limitados a quatro mandatos consecutivos de um ano. Essa rotação faz com que o ritmo missional seja difícil de ser mantido. Inevitavelmente, as decisões tomadas por uma equipe de liderança pode pegar os novos líderes desprevenidos, por isso estou constantemente tentando atualizar as pessoas. É como se eu estivesse tentando puxar as pessoas para um trem em movimento. É fácil os pastores pensarem, não tenho tempo para escrever, mas, na realidade, escrever economiza tempo a longo prazo.

Meu segundo livro, Following Jesus [Seguindo a Jesus], foi destinado a esse objetivo. Após três anos dialogando sobre a filosofia de ministério da nossa igreja, decidi escrever o que os presbíteros identificaram como nossas prioridades no fazer discípulos. Hoje, damos aquele livreto aos nossos visitantes no culto da manhã de domingo. Ter nossa filosofia de ministério no papel permite que aqueles que são novos em nossa comunidade de fé estejam a par de como e por que fazemos as coisas. Se existem questões no ministério as quais você constantemente precisa resolver — questões que drenam sua energia como líder e matam o ritmo missional — experimente escrever.

3. A Escrita Aumenta a Influência

O ministério pastoral tem um ritmo: todo sétimo dia é domingo. Esse ritmo pode ser uma tremenda bênção, mas também pode se tornar desgastante. O domingo vem toda semana. A pressão de transmitir uma mensagem espiritualmente nutritiva é implacável. Pode parecer esmagadora. Orar, preparar, pregar, repetir — essa é a vida de um pastor.

Meu terceiro livro, Wait … What? [Espere … O que?] resume aqueles que considerei serem meus melhores sermões. Oferecer meus sermões em forma escrita me ajuda a sentir que meus esforços, semana após semana, têm tido uma influência maior. Se você é um bom escritor, e se sente frustrado com o desgaste da preparação semanal do sermão, considere disponibilizá-los por escrito. Para ser claro, isso não significa que você irá (ou deveria) publicá-los. Mas mesmo assim poderá compartilhar com os outros o que você escreveu.

4. Escrever Nos Traz Profundidade

Hoje, os pastores têm muitos recursos disponíveis — muito mais do que qualquer geração anterior. No entanto, a informação por si só não produz transformação, e inúmeros estudos parecem mostrar que a variedade de recursos disponíveis não gerou maior profundidade entre os pastores. Isto significa que o trabalho árduo de obedecer a exortaçāo de Paulo para manejar bem a palavra da verdade(2Tm 2.15) exigirá mais do que simplesmente ler blogs.

Talvez você tenha ouvido o ditado: “Se você quer crescer em amplitude, então leia, mas se quiser crescer em profundidade, então escreva”. Para mim, escrever tem sido um meio de fazer o melhor que posso para apresentar-me a Deus “como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2Tm 2.15).

Muitos Benefícios

Muitos pastores escrevem livros na esperança de ganhar um dinheiro extra. Não há nada de errado nisso, mas não é o que estou encorajando. Na verdade, cada vez mais tenho receio de que o dinheiro seja a única razão pela qual muitos pastores consideram escrever.

Mesmo que poucas pessoas ganhem um bom dinheiro escrevendo, a disciplina em si produz muitos benefícios pastorais, além de receber um pagamento.

Traduzido por Vittor Rocha

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