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3 Maneiras de Ajudar as Crianças a Associarem Obediência e Alegria

Nota do Editor: 

Este artigo é uma adaptação do novo livro de Sara Wallace, For the Love of Discipline: When the Gospel Meets Tantrums and Time-Outs [Em Nome da Disciplina: Como o Evangelho Lida com Ataques de Raiva e Castigos] (Editora P&R, 2018).

– Obedecer? O que é isso? – O garoto que eu ensinava me olhou, confuso.

Eu tinha acabado de dizer que ele deveria fazer o dever de casa para obedecer ao pai dele, quando percebi que estava falando outra língua. Fiquei perplexa. Como aquele menino passara sete anos sem ouvir a palavra “obedecer”?

Na verdade, fazia sentido. Muitos lares não cristãos, incluindo o dele, omitem essa palavra do vocabulário e podem até bani-la completamente. Afinal de contas, a obediência tem certo peso. Está ligada a regras, a consequências e, o pior de tudo, a autoridade.

A palavra “obedecer” é inadequada em nossa sociedade, do tipo “não me diga o que fazer”.

Mas os cristãos deveriam ter uma reação diferente. Para nós, obediência significa bênção, e não peso. E a autoridade suprema que fora nosso Juiz, agora é nosso Salvador.

A obediência nos aproxima de todas as bênçãos de fazer parte da família da aliança de Deus. Entretanto, ela vai contra nossa natureza pecaminosa, por isso temos que ensinar nossos filhos a encontrar alegria em praticá-la.

Eis três maneiras de ajudar as crianças a associarem obediência a alegria.

1. Diga-lhes por quê

“Porque eu disse” é motivo suficiente para obedecer a Deus. No entanto, em Seu amor paternal, Ele nos deixa fazer parte do Seu grande plano de obediência. Em Sua Palavra, Ele nos mostra por que devemos obedecer, e nos diz para fazermos o mesmo por nossos filhos.

Quando as crianças israelitas perguntaram aos pais: “Para que servem estas pedras?”, Deus disse aos pais que explicassem tudo o que Ele fizera por eles no deserto (Js 4). Obediência e ensino devem andar de mãos dadas.

Isso não significa que a obediência está sujeita a negociação. “Obedeça primeiro, depois pergunte”, dizemos com razão aos filhos. Eles devem obedecer, quer entendam, quer não. Mas é nosso trabalho ajudar a construir esse entendimento, lembrando o lindo amor da aliança que Deus tem pelo Seu povo.

Penso nas vezes em que desobedeci a Deus, e Ele revelou amorosamente que a obediência existe para minha segurança. As crianças naturalmente verão a obediência como um estraga-prazeres, a menos que destaquemos seus benefícios. Ao construirmos entendimento, produzimos confiança. E a confiança transforma obediência em alegria.

2. Fale com clareza

Quando foi a última vez que seu filho veio até você e disse: “Mamãe, você poderia, por favor, me dar aquele sermão de novo? Eu amei!”?

Nunca, imagino. Falar demais pode sobrecarregar os filhos.

Certa vez, uma amiga disse que tenta dar instruções em cinco palavras ou menos. Seu propósito é duplo: ensinar os filhos a ouvirem bem na primeira vez e evitar que ela mesma tenha que dar sermão ou acabe se irritando com eles.

Eu gosto de pegar as minhas “cinco palavras ou menos” e colocá-las fisicamente nas mãos dos meus filhos. Com a mão fechada, olho nos olhos do meu filho de 4 anos e digo: “Esta é a sua tarefa especial do dia. Você está pronto?”. Seus olhos brilham, ele estende a mão, e eu digo: “Ouça bem”.

Abro minha mão na dele e fecho sua mão ao redor do punhado imaginário de palavras. Ele ri e mantém a mão fechada. Eu pergunto o que tem na mão, e ele repete minhas palavras. Então, conversamos rapidamente sobre o que a frase significa.

Ao longo do dia, enquanto cumprimos juntos aquela tarefa, pergunto o que tem na mão, e ele lembra. Quando minhas palavras são um presente, a obediência é uma alegria.

3. Ouça com atenção

A frustração de um dos meus filhos com a obediência diminuiu depois que ele cresceu o suficiente para falar. De repente, quando falava, ele podia ser ouvido e entendido.

Às vezes, as crianças não usam as palavras corretamente. Elas se queixam, reclamam e se irritam. Mas, em vez de mandarmos que fiquem quietas, dizemos: “Seu jeito de falar foi desrespeitoso. Por favor, fale de novo, com mais respeito”.

As crianças precisam aprender a usar as palavras. Mas, para elas, só vale a pena se souberem que alguém está ouvindo. Quando elas se esforçam para falar corretamente, devemos escutar com atenção.

Pense na maneira gentil como Deus lida conosco. O Salmo 62.8 diz: “Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio”. Será que escutamos quando nossos filhos derramam seu coração diante de nós? Será que eles nos veem como um refúgio? A alegria da obediência vem de se sentir acolhido. Ao ouvirmos os filhos, representamos o Deus que nos ouve e nos acolhe. A obediência resulta da alegria desse relacionamento profundo e seguro.

Quando falamos com cuidado e ouvimos bem, ajudamos os filhos a associarem obediência e alegria. Mostramos que obediência não diz respeito a simplesmente seguir regras, porque regras devem ser seguidas; e sim que faz parte dos relacionamentos. E, ao construirmos esse relacionamento com eles num ambiente de alegria e disciplina, traçamos o caminho para o relacionamento deles com Deus.

Traduzido por Raul Flores.

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