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1. Não baixe sua guarda

A pregação arranja uma briga com o inimigo toda semana. “Aprouve a Deus salvar os que creem,” disse Paulo, “pela loucura da pregação.”(1 Co 1:21). Isso significa que pecadores são arrebatados do “príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”(Ef 2:2). Deus usa a pregação como um meio para mudar pessoas – para livrá-las do domínio do inimigo.

Satanás tem uma opinião sobre a pregação do evangelho: ela deve parar. Não seja ingênuo assumindo que o fato de ter pregado da mensagem te livra do fogo-cruzado. A preparação da mensagem – com seu estudo, preparação, meditação e oração – tem benefícios protetores. Após o sermão, no entanto, você está tipicamente cansado e vazio. O que é outra maneira de dizer que você está vulnerável a um ataque aéreo.

Sua carne também é diligente. A pregação atiça a tentação. Por um lado, há o orgulho sobre como Deus está lhe usando, por outro lado, a condenação sobre como ele não está. Então há a mensagem de verdade, em que você usou muitas palavras sabendo que “No muito falar não falta transgressão”(Pv 10:19).

Onde o homem prega, falhas abundam. Se você já pregou por qualquer quantidade de tempo, você sabe que toda mensagem tem algumas deficiências. Essas fraquezas se tornam realmente amigáveis na tarde de domingo, batendo em sua porta para lhe fazer uma visita. Não abra. Elas invadirão sua casa, perturbarão sua paz e irão colorir o sermão nos seus olhos. Você se sentirá estúpido. Condenado. Como se toda a mensagem tivesse sido arruinada.

Há um tempo e lugar para tudo debaixo do sol. Mas avaliar seu sermão imediatamente após pregá-lo o farão odiá-lo.
Após pregar, você deve preparar-se para ataques tanto da carne quanto do diabo, assim como soldados se preparam para a investida de um inimigo.

Antes, durante e depois dos ataques, corra para as boas novas do evangelho. Perceba que pregar é sobre o poder da Palavra de Deus, não suas palavras. Não há sermão na história do mundo tão ruim que tenha drenado o poder da Palavra de Deus. O Senhor é grande o suficiente para permitir que as pessoas relembrem suas eternas palavras e esqueçam as palavras estúpidas do pregador. Você realmente pensa que o propósito de Deus jaz na qualidade da sua pregação? Isso certamente não é o que você prega. Então domingo à tarde é a hora perfeita para você lembrar isso.

Depois de pregar, prepare-se para o ataque lembrando que Deus é maior que seus erros.

2. Não escute a si mesmo.

Quando você está sob ataque, sua alma será barulhenta. Pensamentos acusadores irão bater à porta da sua mente, requirindo sua atenção. Ou talvez ideias auto-infláveis, onde seu amor próprio decola e você pensa em si mesmo “além do que convém” (Rm 12:3). Nesses momentos, você deve aquietar a sua alma.

Aquiete sua alma confiando ao Senhor os resultados do seu sermão. Aquiete sua alma fixando seus pensamentos em Deus, não no seu desempenho. Se você se sentir orgulhoso, lembre que sua mensagem não tem sentido a não ser que Ele deseje torná-la potente. Se você se sentir condenado, lembre que Sua Palavra não volta vazia (Is 55:11). Seu sermão cumprirá exatamente o que Deus deseja. Felizmente, você não pode frustrar os bons planos dEle.

Irmão, você deve ignorar o ataque que está passando e fixar a sua mente nas coisas superiores (Fp 4:8). O melhor conselho para um pregador após o culto é “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10). Fazer isso mantêm tanto as críticas quanto os elogios em seu lugar devido.

Uma vez que você confiou o seu sermão a Deus, dê um descanso a sua mente. Distraia-se. Eu preciso de pelo menos duas ou três horas para me reorganizar após a pregação. Eu passo esse tempo lendo, assistindo TV ou até dormindo. Quando nossos filhos eram mais novos, eu normalmente ia fazer algo com eles que divertia a minha atenção e repunha energia.

Alguém disse uma vez que pregar um sermão é o equivalente a oito horas de trabalho manual. Eu não tenho certeza que é verdade, mas eu sei que me sinto dessa maneira. O objetivo deste momento é cuidar do seu corpo e alma para que você esteja pronto para a próxima mensagem.

3. Não pesque

Por que pregar agita tanto a acusação quanto a admiração, você será tentado a pescar elogios. Você fará perguntas com a intenção de obter feedback positivo – uma espécie de intensificador de identidade. Eu já fiz isso muitas vezes. Poucas coisas são mais vãs do que um elogio solicitado. Exceto, talvez, quando você está pescando elogios e ao invés disso, pesca uma crítica severa – um lembrete útil que quando você pesca você nem sempre sabe o que pode acabar pegando.

O problema mais profundo com as expedições de pesca, no entanto, é que nós somos muito centrados na entrega. Nós queremos saber como nós fomos. Qual “sensação” foi passada, como se isso fosse uma espécie de barômetro do que Deus estava realmente fazendo ou fará. Nós sentimos a necessidade de nos sustentar com a aprovação e o elogio dos outros, em vez de confiarmos nós mesmos a Ele.

É bom lembrar que a maioria dos pregadores obtêm mais encorajamento em um mês do que outras profissões obtêm em uma década. Não pesque. E quando um elogio vier, transfira a glória a Deus.

E pelo amor de Deus, não escute ao seu próprio podcast. Eis a razão: você é desesperadamente subjetivo quando se trata de avaliar o seu sermão. Você gastou 15 a 20 horas na preparação, o que significa que a objetividade deixou a sala dias atrás. Se você realmente quiser ajuda, escolha alguns pregadores experientes e congregantes de confiança que não buscam a sua aprovação e recrute-os para prover feedback construtivo. Então, agradeça-os por dá-lo, independentemente do que eles digam.

A insatisfação de Spurgeon.

Charles Spurgeon, possivelmente o maior pregador dos últimos 300 anos, uma vez falou: “Faz muito tempo que eu preguei um sermão em que eu estivesse satisfeito. Eu mal lembro de ter pregado algum assim.”

E esse cara foi chamado de “o príncipe dos pregadores”.

Se Spurgeon estava insatisfeito com seus sermões, é seguro dizer que meros mortais como você e eu se encontrarão na mesma posição.

Estejamos prontos para esses momentos.

Nota do editor: Esse artigo originalmente apareceu no blog “Am I Called?” de Dave Harvey. 

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